Foto: Divulgação/PMBV

Enfrentando uma pandemia de Covid-19 há quase dois anos e com o crescimento de casos para a Influenza A, deveria se imaginar que Roraima aumentou o número de vacinados para as doenças, mas não é o que apontam dados cedidos pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) à reportagem.

Em 2021, apenas 41,1% do público-alvo para se vacinar contra a Influenza no Estado foi imunizado. O número é bem inferior ao registrado em 2019, um ano antes da pandemia de Covid-19, quando 95,3% se imunizaram contra a doença.

Os números assustam ainda mais quando os principais imunizantes do calendário vacinal brasileiro também são analisados. Nenhum deles alcançou a meta estimada pelo Ministério da Saúde, de 95% do público-alvo imunizado. Apenas três vacinas superaram a metade da população vacinada: BCG, Hepatite B e a primeira dose da tríplice viral.

2015 2019 2021
BCG 110,55% 115,88% 68,89%
Hepatite B (em crianças de até 30 dias) 74,28% 115,53% 69,46%
Rotavírus 94,18% 78,95% 37,26%
Meningococo C 95,34% 83,54% 40,50%
Pentavalente 96,71% 64,39% 38,52%
Pneumocócica 89,86% 90,26% 43,22%
Poliomelite 112,28% 79,76% 38,23%
Hepatite A 98,21% 81,05% 36,75%
Tríplice Viral 1ª dose 108,45% 81,21% 52,64%
Tríplice Viral 2ª dose 92,42% 86,72% 26,90%
Influenza 77,47% 95,33% 41,1%

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde (Sesau)

Poliomielite

A perda de cobertura contra a poliomielite (paralisia infantil) é uma das que mais preocupam, com a taxa caindo de 112% em 2015 para apenas 38% neste ano, bem abaixo da meta de 95%, estipulada pelo Ministério da Saúde para garantir imunidade à população.

Outro dado traz ainda mais preocupação. Uma avaliação de risco feita pelo Comitê de Certificação de Erradicação da Pólio nas Américas e divulgada no início deste ano colocou o Brasil e Venezuela como dois dos sete países na região com alto risco de reintrodução da doença. Os outros são Equador, Suriname, República Dominicana, Guatemala e Paraguai.

O relatório do Comitê estima que a situação é grave, já que uma vez instalado, o vírus se espalha rapidamente, e lembram o surto que atingiu Roraima e Amazonas em 2018, que fez com que o Brasil perdesse a certificação de erradicação da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) dois anos após a emissão. O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989.

Ações

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que desde o início do ano vem intensificando a aplicação de vacinas em todo o Estado, com a elaboração uma estratégia de varredura para evitar a introdução do sarampo e atualização da caderneta de vacinação da população.

A pasta também trabalha no monitoramento da aplicação de vacinas em todos os municípios e pactuando ações para intensificar a vacinação contra diversos tipos de doenças. Em Pacaraima, por exemplo, em atuação conjunta com a Operação Acolhida, trabalha diariamente na vacinação de imigrantes para evitar a entrada de doenças pela fronteira.

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