O marido de uma grávida de nove meses denunciou que a Maternidade Nossa Senhora de Nazaré não atendeu a mulher em trabalho de parto, na madrugada desta quarta-feira (9), em Boa Vista.
Segundo o garçom Márcio Sena, por volta de 12h de terça-feira (8), a esposa começou a sentir dores e foi levada a unidade de saúde. Quando chegou ao local, passou pela triagem e após horas de espera foi atendida por um médico que a liberou alegando que o parto deveria ocorrer apenas na próxima semana.
O marido contou que logo após ser liberada, a mulher voltou a sentir fortes dores e pediu novamente para ser atendida. Seguindo o procedimento hospitalar, a grávida, conforme Sena, foi encaminhada ao acolhimento, recebeu a identificação da pulseira verde para “não urgente” e até 1h da madrugada desta quarta-feira não havia sido atendida.
“Minha mulher já está com dilatação para ser internada e até agora nada. Minha esposa está passando mal, morrendo de dor, pronta para ter nosso filho”, contou o denunciante à reportagem do Roraima 1.
Márcio Sena relatou ainda que demais grávidas estavam sem atendimento. Ele disse que nos corredores da unidade pessoas tomavam soro nos corredores, por falta de leito, e muita sujeira poderia ser encontrada no banheiro. “As pacientes não conseguem nem mesmo usar o banheiro da sala de acolhimento, de tão sujo que está”, declarou.
O que a Saúde diz
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou, por meio de nota, que nos últimos dias o volume de atendimentos Hospital Materno Infantil cresceu, ocasionando momentos de superlotação na Unidade, mas destacou que nenhum paciente deixa de ser avaliada ou acompanhada, mesmo que ainda não tenha sido encaminhada para um leito.
“Toda a conduta na sala da emergência é responsabilidade do ato médico resultado da avaliação clínico-obstétrica a qual a paciente é submetida. Quem avalia o momento de internar uma paciente é o próprio médico, e conforme essa avaliação, feita de forma responsável e visando preservar a saúde da mãe e do feto, a paciente é ou não internada”, disse a nota.
A nota explicou que não é possível internar uma paciente se, de acordo com a avaliação médica, ela ainda não está na hora do parto. “Portanto a orientação é que a paciente retorne para casa para reavaliação do estágio de parto”, destacou a Sesau.
O estado de saúde da paciente citada na reportagem não foi informado.
Sobre a limpeza na unidade, a Saúde comunicou que o trabalho está sendo realizado ainda com um número reduzido de funcionários, mas a situação será resolvida em breve.