O indígena de etnia macuxi Fernando da Silva, de 50 anos, foi preso numa fazenda na Comunidade do Sapo, na fronteira com a Guiana, nesta terça-feira (11).
Ele é acusado de matar uma pessoa com requintes de crueldade no dia 16 de janeiro de 2020. O corpo foi encontrado quatro dias depois, na Comunidade Indígena Pium, na Cachoeira do Sapo, boiando no rio Tacutu, sem cabeça e com as vísceras expostas.
Na época, ele alegou legítima defesa informando que a vítima teria se transformado no Canaimé, figura de lendas indígenas.
“Ele contou que um canaimé, do sexo masculino, travestido de onça pintada lhe atacou e, para se defender, como estava em posse de um facão o atingiu com vários golpes”, informou a Polícia Civil.
Entretanto, a equipe do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que se tratava de uma vítima do sexo feminino.
“A cabeça da vítima nunca foi localizada, tampouco há registros de desaparecimento de mulheres nesta região. A suspeita é de que a vítima possa ser guianense”, destacou o delegado titular de Bonfim, Alberto Alencar.
Para o delegado, a hipótese que se investigada é de que a mulher tenha sido estuprada e morta pelo infrator e que a história contada por ele evolvendo a lenda do Canaimé, não se sustenta.
Durante as investigações, o suspeito foi reinquirido para um novo interrogatório, mas não foi localizado na região, motivo pelo qual o delegado representou por sua prisão preventiva que foi deferida pela Justiça.
A Polícia informou que essa é a terceira incursão dos policiais para prender o homem, que por conhecer bastante a região, conseguia burlar o cerco policial. “Durante o dia de ontem, os agentes reforçaram o trabalho e conseguiram cercar o acusado e prendê-lo”, informou.