Ex-vice-líder do governo Jair Bolsonaro, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) reapareceu pela primeira vez numa sessão do Senado Federal nessa terça-feira (5), quase seis meses depois de ser flagrado pela Polícia Federal com dinheiro vivo nas partes íntimas.
O parlamentar retomou o mandato oficialmente em fevereiro, após um longo período de licença das atividades legislativas, mas até agora não havia participado ativamente das discussões na Casa.
Com o retorno, Rodrigues voltou a receber a remuneração de R$ 33.763 e a ter direito às benesses oferecidas pelo Senado, como a cota parlamentar, no valor de R$ 15 mil, e os repasses destinados ao custeio do transporte aéreo. O funcionamento do Conselho de Ética segue suspenso em razão da pandemia de coronavírus e, com isso, a representação movida contra ele está parada.
Após ser flagrado com as cédulas durante uma operação da Polícia Federal que apurava o paradeiro de R$ 20 milhões, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento do senador em 15 de outubro.
Em seguida, o partido Cidadania e a Rede Sustentabilidade pediram a cassação do mandato ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, do qual Chico Rodrigues, vice-líder do governo no Senado, era membro. Em 20 de novembro, Chico Rodrigues pediu 121 dias de licença do mandato como estratégia para sair de foco após a operação.
O presidente do Conselho de Ética, senador Jaime Campos (DEM-MT) enviou uma representação para a advocacia do Senado, para que um parecer jurídico fosse elaborado sobre o pedido de abertura de processo, mas até o momento a resposta não foi encaminhada.
OPERAÇÃO DESVID-19
No dia 14 de outubro, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagrou uma operação que investiga desvios de recursos direcionados para o combate ao coronavírus. Um dos alvos da operação era Chico Rodrigues. Os mandados foram ordenados pelo Supremo Tribunal Federal. A CGU estimou que os desvios chegaram a R$ 20 milhões.
Quando da operação, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão preventiva de Chico Rodrigues, mas o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, negou. Ele determinou somente o afastamento do parlamentar, por 90 dias. Pressionado, porém, por colegas do Senado, o político de Roraima resolveu pedir suspensão das funções por 121 dias.