Os R$ 250 que serão pagos a partir do mês pelo novo auxílio emergencial não são suficientes para cobrir as necessidades básicas dos beneficiários em Roraima. É o que aponta estudo feito pelos pesquisadores do Insper Naercio Menezes Filho e Bruno Komatsu, antecipado à BBC Brasil, que simulou o comportamento dos dados de pobreza e desigualdade com o novo auxílio emergencial.
A pesquisa divide os cenários entre a extrema pobreza, que mede a renda mínima para que o indivíduo faça ingestão necessária de calorias em um dia, e pobreza, que inclui o atendimento de necessidades básicas além da alimentação, como higiene.
Em áreas rurais de Roraima, o valor mínimo para comprar alimentos e itens básicos é de R$ 154 por pessoa. Ou seja, Ou seja, uma família de quatro pessoas com rendimento de um salário mínimo (o equivalente a R$ 275 por pessoa) nesses locais estaria acima da linha de pobreza.
Já nas áreas urbanas do estado, o valor mínimo quase dobra, para pouco mais de R$ 307. Nesse caso, usando o mesmo exemplo, uma família de quatro pessoas com rendimento de um salário mínimo vive abaixo da linha de pobreza.
Três meses após o pagamento da última parcela do auxílio, o governo anunciou, em 18 de março, os valores da prorrogação do benefício nos próximos quatro meses. Serão de R$ 250 para as famílias com mais de uma pessoa ou R$ 375 para aquelas em que só as mulheres são as provedoras. Apenas um benefício será pago por família e, no caso das que contam com uma pessoa, o valor cai para R$ 150.
EXTREMA POBREZA
O recurso não é suficiente nem para garantir que a família viverá acima da linha de pobreza extrema. De acordo com o estudo dos pesquisadores, o valor R$ 87 é o mínimo pra que uma família viva acima da linha da pobreza em Roraima.
No exemplo dado pelos próprios economistas, o valor mensal de R$ 250 do benefício representa R$ 62,50 per capita em uma família de quatro pessoas – nível que já a coloca abaixo da linha de extrema pobreza em todos os Estados.
Em algumas poucas situações o auxílio mantém o beneficiário acima da linha de pobreza extrema – é o caso dos R$ 150 pagos a famílias com apenas uma pessoa ou de R$ 250 para uma família de duas pessoas em áreas rurais e em algumas áreas urbanas do país.