Cerca de 12,4 mil famílias roraimenses sobreviviam em novembro sem nenhuma fonte de renda obtida através do trabalho. O montante equivale a 8% de todos os domicílios do estado. Em maio, essa proporção era mais baixa, de 6,5%, o que ajuda a dimensionar o impacto da pandemia de coronavírus sobre a queda de vagas no mercado de trabalho. Com o fim do auxílio emergencial, essas famílias podem ficar sem qualquer tipo de renda.
Os dados são de um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que teve como base os microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid) e Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), ambas apuradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estudo foi divulgado nesta semana.
Em todo o país, 4,32% dos domicílios brasileiros, cerca de 2,95 milhões de famílias, sobreviveram exclusivamente com os recursos recebidos do auxílio emergencial, cerca de 300 mil a menos do que em outubro. A proporção de domicílios dependentes unicamente do auxílio emergencial alcançou 12,87% no Amapá, 9,59% no Piauí, 8,71% no Ceará e 8,31% no Maranhão.
Apesar da redução no valor do auxílio, que passou de R$ 600 para R$ 300 em setembro, os recursos ainda foram suficientes para superar em 35% a perda da massa salarial entre os que permaneceram ocupados em novembro.
O volume de recursos pagos pelo auxílio emergencial caiu de R$ 21 bilhões em outubro para R$ 16,5 bilhões em novembro, o que reduziu também a massa de renda efetiva das famílias. Embora a massa de renda efetiva obtida do trabalho tenha crescido e a proporção de domicílios exclusivamente dependentes do auxílio tenha diminuído, a massa total de rendimentos das famílias encolheu de R$ 274 bilhões em outubro para R$ 270 bilhões em novembro, ou seja, a melhora na renda do trabalho ainda não compensou a queda no auxílio.