O líder indígena Dário Kopenawa, da Hutukara Associação Yanomami, mostrou em vídeo publicado nas redes sociais a devastação causada por garimpo ilegal na maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami, que se estendem por Roraima e Amazonas.
O vídeo, publicado no último dia 29 de outubro, contradiz a afirmação do governo federal, repercutida na imprensa nacional, de “que a Amazônia brasileira continua preservada”.
O governo federal anunciou, na última semana, que o vice-presidente da República Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia Legal, vai levar representantes diplomáticos de ao menos dez países para sobrevoar a Amazônia. A viagem está prevista para o próximo dia 4 de novembro.
A meta do governo é desfazer a imagem negativa do país no exterior, após oito países europeus enviarem uma carta ao vice-presidente Mourão, afirmando que o desmatamento na Amazônia comprometeria a importação de produtos brasileiros.
No entanto, o líder indígena registrou as cicatrizes deixadas pelo garimpo no centro da reserva indígena e chamou a atenção para a propagação do coronavírus. O vídeo mostra a falta de preservação na floresta.
“Esse é um garimpo no Rio Herou. Fiz a imagem ontem [28 de outubro], é na região da Maloca Papiu na Terra Yanomami. Essa é uma das tantas cicatrizes que o garimpo deixa na nossa floresta, sem contar doenças como a xawara #covid19 que já contaminou 1.200 parentes. #EaíMourão?”, questiona Dário Kopenawa. [Confira vídeo abaixo].
Esse é um garimpo no Rio Herou. Fiz a imagem ontem, é na região da Maloca Papiu na Terra Yanomami. Essa é uma das tantas cicatrizes que o garimpo deixa na nossa floresta, sem contar doenças como a xawara #covid19 que já contaminou 1.200 parentes. #EaíMourão? pic.twitter.com/nhJsThsrlO
— Dário Kopenawa Yanomami (@Dario_Kopenawa) October 29, 2020