O presidente Jair Bolsonaro defendeu nessa quinta-feira (24) a visita do secretário de Estado Mike Pompeo, a Roraima na semana passada, e, sem citar nomes, atacou o governo argentino, acusando-o, sem nenhuma evidência, de tentar levar esse país para um regime autoritário parecido com o que há na Venezuela.
Na semana passada, Pompeo passou pelos países vizinhos à Venezuela, no que foi visto como parte da campanha à reeleição do presidente Donald Trump, visando as comunidades de exilados cubanos e venezuelanos na Flórida. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou duramente a visita, dizendo que ela foi uma “afronta” ao princípio da independência nacional que, segundo a Constituição, deve reger a política externa brasileira.
“Ele foi ver a Operação Acolhida [que recebe imigrantes venezuelanos que fogem da crise no países vizinho] nossa, que o americano tem o interesse de restabelecer a democracia na Venezuela” afirmou Bolsonaro em “live” no Facebook nesta quinta-feira.
Em seguida, ele criticou o governo argentino. No ano passado, Bolsonaro apoiou a campanha à reeleição de Mauricio Macri, de direita, que acabou derrotado pelo peronista Alberto Fernández, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Desde então, o brasileiro nunca se reuniu com o colega da Argentina, que está entre os maiores parceiros comerciais do Brasil. Recentemente, o deputado Eduardo Bolsonaro vem compartilhando nas redes sociais memes com ataques a Fernández, muitos deles contendo informações falsas.
“Agora, não vou falar o nome do país também. Tem outro país aqui na América do Sul, mais ao Sul, que você tá acompanhando, para onde estão indo pela a opção errada pelo voto. Assumiu um governo que já deu demonstrações no passado de seguir o Foro de São Paulo [grupo que reúne partidos de esquerda na América Latina]. Agora tendo uma votação equivocada, até raivosa de muitos fez com que a esquerda responsável pelo insucesso desse país voltasse ao poder. E rapidamente estão partindo para um regime parecido com a nossa Venezuela” disse Bolsonaro.