Um grupo de indígenas Pemón deteve militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) na noite dessa segunda-feira (27). Segundo os índios, os policiais entraram na comunidade venezuelana de San Antonio de Morichal, onde os indígenas vivem próximo à fronteira com o Brasil, em Pacaraima, ao Norte de Roraima.
O conflito teve início às 22h. De acordo com a jornalista venezuelana Carla Angola, os militares seguiram ordens do governador do estado de Bolívar, Justo Noguera, e atiraram contra a comunidade, que é considerada uma zona de resistência contra o governo venezuelano comandando por Nicolás Maduro.
No entanto, segundo o governo venezuelano, a versão é que militares da Guarda Nacional Bolivariana chegaram a comunidade para realizar procedimentos contra contrabandistas e traficantes de combustível. Boa parte da Venezuela enfrenta atualmente um grave problema de desabastecimento de gasolina. Ainda de acordo com o Palácio Miraflores, a situação ficou violenta e os soldados dispararam contra os indígenas.
PERSEGUIÇÃO
Durante a ação, alguns índios fugiram a comunidade Pemon de Kawe (Kawi), localizada no lado brasileiro e a dois km de San Antonio de Morichal. Dois militares os seguiram sem perceber que estavam entrando no território brasileiro.
Na perseguição, índios e policiais chegaram a Roraima e, em território brasileiro, os indígenas conseguiram deter e amarrar os militares. A captura dos foi notificada ao Exército Brasileiro.
Uma comissão, formada pelo Exército e pela Força Nacional, foi até o local e levou os militares para Pacaraima, onde um capitão venezuelano chegou para negociar a entrega de seus compatriotas. A situação foi resolvida ontem à noite e terminou com a devolução dos militares pelo Exército Brasileiro.
Em rede social, a deputada estadual Yonny Pedroso (SD) informou que a situação foi resolvida sem grandes incidentes.
“Recebi a notícia de que o conflito na fronteira do Brasil com a Venezuela foi solucionado sem nenhum grave incidente. Como presidente da Comissão de Relações Fronteiriças da ALE, vou solicitar mais informações ao Exército Brasileiro, para avaliar as medidas que podem ser tomadas”, afirmou a parlamentar.