Prefeita Teresa Surita exibe placa sobre suposta reabertura do comércio: “Quase Ok”; nada de condolências às vítimas do coronavírus (Foto: Reprodução)
Obras milionárias da nova orla e de duplicação de pontes não pararam durante quarentena, não importando aglomerações

 

A prefeita Teresa Surita (MDB) não perde tempo para desafiar a inteligência das pessoas, especialmente daquelas que estão sendo impactadas severamente pela pandemia do coronavírus, que está na reta final. É sabido que esse plano para retomar a economia são falácias, o qual vem sendo repetido apenas para criar expectativas na população e principalmente nos pequenos empresários. A vida terá que retomar seu novo normal de qualquer forma.

Quem assistiu às declarações da prefeita sabe que seu aparecimento ao público, dentro de sua bolha,  foi tão somente um motivo para anunciar sua festa política no fim do ano, com a suposta inauguração da nova orla, batizada de Parque Rio Branco. Ela pensa que todos estão hipnotizados por suas propagandas e pelas divulgações em veículos de imprensa que ela paga com o dinheiro público para disfarçar que está tudo bem.

Sem ao menos lamentar as mortes pela Covid-19, sem assumir os graves erros no atendimento básico (o que permitiu o agravamento da doença), sem se solidarizar com as famílias que perderam entes queridos, nem com aqueles que não podem trabalhar, com os que estão nos hospitais, ela começou a pontuar suas obras que esperam ser inauguradas.

Na cabeça dela, usar o fim da quarentena e a provável reabertura gradual do comércio em poucos dias poderia expiar suas culpas e fazer com que as pessoas esquecessem de todo o sofrimento, passando a  festejar suas obras milionárias, as quais não chegaram a ser paralisadas um dia sequer, enquanto a prefeita determina pressão rigorosa contra pequenos comerciantes e desligamento das luzes das principais praças da cidade.

Agora, Teresa pensa que irá viver livre de pressão e que irá poder festejar seus feitos milionários, cujas obras são realizadas sem transparência e sem fiscalização sobre a qualidade de suas estruturas. Essa festejada nova orla é uma grande incógnita, pois é difícil imaginar que uma obra desse porte estará pronta para ser inaugurada em dezembro, conforme a estrutura que a prefeita anunciou ontem.

Não se pode esquecer que a “velha orla”, a Taumanan, um dia já foi o grande feito de Teresa, o seu bibelô político, seu mais alto regozijo eleitoral, mas não tardou para uma das plataformas alagar e, no ano passado, sofrer o risco de desabar. Sem contar com a manobra para que ninguém soubesse que apenas duas das quatro plataformas planejadas no projeto não chegaram a ser erguidas. Imagina o que pode acontecer com uma obra feita às pressas, para atender aos caprichos eleitoreiros de uma prefeita.

É por isso que os órgãos de controle precisam estar atentos a este vídeo de Teresa, transmitido ontem sob uma suposta “boa notícia” do fim da quarentena, mas que serviu tão somente para a prefeita anunciar sua grande festa política de despedida, visando as eleições futuras, como se ela nunca tivesse culpa ao não estruturar o atendimento básico de saúde.

É como se nada de grave estivesse acontecendo e todos fossem se esquecer do que estamos passando, só porque uma torre na beira do rio  está sendo erguida e que ela fosse se tornar nossa redenção pós-pandemia. Tem mais: e tudo isso depois de dezenas de famílias terem sofrido graves prejuízos financeiros e emocionais por terem suas casas alagadas por falta de drenagem ou por uma drenagem subdimensionada, construída meia-boca.

Isso é desafiar não só a inteligência do povo. É sapatear na cara dos que estão sofrendo neste momento crítico para o Estado e para o país.

*Colunista

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