Foto: arquivo/ Marketing/Pátio Roraima Shopping

O principal pilar que sustentava a economia brasileira tem sido derrubado pela pandemia do novo coronavírus: o consumo das famílias. De acordo com dados do Monitor PIB, indicador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o índice registrou queda inédita no último mês de março.

A economia teve retração no patamar inédito de 5,3% no primeiro mês de distanciamento social do país, em comparação a fevereiro, com queda de 6,5% no consumo das famílias brasileiras.

O consumo, responsável por aproximadamente dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, apresentava crescimento de 2% ao ano e garantia a fraca recuperação econômica. O país cresceu pouco mais de 1% nos últimos três anos.

Segundo a FGV, a economia já vinha com resultados fracos em janeiro (+0,6%) e em fevereiro ( 0,2%). Com isso, no primeiro trimestre do ano, o indicador teve queda de 1%, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2015, auge da recessão mais recente no país. Os dados oficiais do PIB para o primeiro trimestre serão divulgados pelo IBGE no próximo dia 29, mas trazendo números para o período fechado de três meses, sem resultados mensais.

Os dados do monitor também apontam para uma mudança no perfil de consumo das famílias. Todas as modalidades tiveram queda em março, com exceção dos bens não duráveis (principalmente produtos alimentares e farmacêuticos). Os produtos semiduráveis, como vestuário e calçados, e os duráveis, que dependem de crédito (como automóveis, elétricos e eletrônicos, entre outros), tiveram queda superior a 20%. Os serviços tiveram retração de 5%.

“Esta deverá ser a nova configuração do consumo durante o período do isolamento social: fortemente baseada em bens não duráveis e serviços”, dizem os pesquisadores Claudio Considera, Juliana Trece e Elisa Andrade, do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre.

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