Servidores do Hospital Geral de Roraima (HGR) denunciaram ao Roraima 1 que o material usado em pacientes com covid-19 (doença provocada pelo coronavírus) está sendo higienizado de forma inadequada, o que coloca a vida de funcionários e pacientes em risco.
Eles contam que em vez de os itens usados nesse fim de semana em um homem com a doença confirmada terem sido lavados e desinfectados na Central de Material Esterilizado (CME), foram levados de volta para o centro cirúrgico do HGR, desobedecendo às normas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
“Os servidores que atenderam o paciente usaram todos os equipamentos de proteção. Porém, o material utilizado teria que ser esterilizado no CME. A coordenadora de lá se recusou a recebê-lo e o mandou de volta para o centro cirúrgico, ‘obrigando’ os funcionários, que não estão preparados para isso, a higienizar produtos infectados. Olha que falta de responsabilidade ficar circulando com esse material no hospital”, disse um dos denunciantes.
Ainda segundo ele, “não existe uma coordenação, uma gerência que realmente atue e faça as coisas acontecerem”.
“Há um total descontrole de tudo. Ninguém sabe quem manda, quem obedece. O material deveria ser esterilizado no setor destinado a isso, onde trabalham pessoas treinadas e equipadas para essa finalidade. A coordenadora [do CME] e um grupinho de cargos comissionados passam por cima de qualquer norma”, reclama.
O servidor destaca que essa e outras denúncias já foram feitas aos conselhos, à direção do HGR, à ouvidoria e até mesmo ao Ministério Público, mas nenhuma providência foi tomada até o momento.
“Isso é um atentado contra a vida, uma falta de respeito e de gerência. Estamos à mercê desses desmandos, dessa desorganização”, conclui.
Sesau
Em nota, a Direção Geral do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento afirmou que as informações relatadas na denúncia não procedem. Tanto a unidade quanto a CME seguem protocolos rígidos de desinfecção de materiais, a fim de que não ocorra nenhum tipo de contaminação.
No caso citado, ainda de acordo com a HGR, foi comprovado que o paciente não estava infectado por Covid-19, descartando qualquer tipo de ameaça de contaminação pela doença.