Aliado de Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado General Girão (PSL-RN) e ex-secretário de Segurança Pública de Roraima contraiu coronavírus e passou o fim de semana internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Santa Lúcia, em Brasília. Para ele, a covid-19 não pode ser classificada como uma “gripezinha”, como defende o presidente.
“Nenhum vírus pode ser considerado uma coisinha de nada. Não é por aí. Acredito que o presidente quando se expressou dizendo que é atleta, que tem resistência a isso… Pô, eu também era atleta e contraí problemas cardíacos justamente pelo tanto de esforço que fiz no decorrer da vida. Agora, peguei o vírus”, desabafou.
O deputado acusou positivo para a covid-19 no último dia 19 e passou, desde então, a cumprir isolamento. “Eu tive um sintoma de febre que não passou por três horas, fui para o hospital e fiquei hospitalizado em um quarto de UTI. Eles transformaram algumas áreas para serem utilizadas como áreas de isolamento”, contou.
Girão concorda com o chefe do Executivo quanto a não colocar todo o país em quarentena. “Outros vírus atacaram o mundo recentemente e não tiveram esse tratamento que o coronavírus está tendo”, afirmou ao comparar com a H1N1.
Porém, a H1N1, também conhecida como Influenza A, em 16 meses matou 18.449 pessoas em todo mundo. Já o coronavírus, em apenas um trimestre já ultrapassou esse número, chegando nessa quarta-feira (25) a 18.589 mortes.
O deputado defendeu que os governos estaduais escutem as críticas de Bolsonaro quanto aos supostos exageros que estariam cometendo. “A gente vai esperar o outro [vírus] chegar sem uma autocrítica, sem fazer uma avaliação?”, questiona.
Para o general, o presidente Bolsonaro demonstrou em seu pronunciamento na noite de terça-feira (24) o desentendimento que está havendo entre os governadores estaduais e o governo federal. “As palavras do presidente ontem manifestaram desentendimento. Existe uma guerra de comunicação declarada contra ele. Agora estamos aqui dentro de casa presos às televisões que induzem a população a achar que ele está errado a toda hora”, defendeu.
Estado de saúde
Em recuperação domiciliar, o deputado afirma não estar mais com febre nem ter sentido, em nenhum momento, falta de ar. No ano passado, General Girão foi submetido a uma cirurgia do coração, o que o leva a tomar remédios controlados.
Passagem por Roraima
Nascido em Fortaleza, no Ceará, Eliéser Girão Monteiro tem 64 anos. Em Roraima, comandou o 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS), entre 2000 e 2001, e a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em 2007 e 2008.
Ao passar para a reserva, assumiu a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) de Roraima, onde ficou até 2012. Em seguida, foi para a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) do Estado. Ele foi idealizador e executor de campanhas para a prevenção ao uso de drogas até julho de 2013.