Familiares do adolescente Ângelo Ryan, de 13 anos, internado desde dezembro de 2019 no Hospital Geral de Roraima (HGR), alegam que o menino perdeu os movimentos da pernas e visão em razão do mau atendimento prestado na unidade e por negligência médica. O caso foi denunciado ao Ministério Público (MPRR) e a família cobra respostas do Estado.
Segundo Ernandina Carvalho, tia do adolescente, ele é autista e também tem hidrocefalia. Ela afirma que esta é a quarta vez que Ângelo dá entrada no HGR, com um quadro de saúde debilitado, onde adoeceu, deixou de comer e tomar água por vários dias.
Após quatro dias no HGR, o menino foi encaminhado ao Hospital das Clínicas para que não tivesse contaminação por bactéria, mas a tia do paciente afirma que foi nesta unidade que o adolescente ficou cego com desvio em um dos olhos e paralisia das pernas.
Com o agravamento do quadro de saúde, Ângelo foi levado de volta para o HGR na segunda (17) para a realização de exames, dos quais até hoje a família aguarda os resultados. Durante o período de internação, Ernandina disse que o sobrinho já teve catapora, infecção urinária e atrofiamento dos músculos.
Na rede sociais, a tia do menino desabafa e relata como tem sido os dias no hospital. “Temo por tua vida e principalmente pela tua segurança quando sair do hospital. Até janeiro, mesmo doente tu ainda enxergava . Por 13 aninhos tu enxergou… E agora como vai ser? Cego, membros atrofiados”, declarou.
Em outra publicação, ela faz um apelo aos médicos especialistas para que resolvam o quadro de saúde do menino. “Queremos que ele seja reavaliado pelo neurocirurgião, seja avaliado pelo oftalmologista, para dizer o porquê de sua cegueira, se mesmo com o desvio no olho ele tem chances de voltar a enxergar. Também queremos uma avaliação do cardiologista para nos responder sobre as suspeitas de uma endocardite”, disse.
Em nota, a Direção do Hospital Geral de Roraima informou que o paciente está sendo acompanhado por equipe multidisciplinar, garantiu que ele não tem endocardite e já foi avaliado por oftalmologista.
A direção informou ainda que foi solicitado um exame de ressonância magnética, que não é realizado na unidade, mas em clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de avaliar, com precisão, o estado de saúde dele.