Como muitas coisas no Brasil que existem por aparência, partidos adotaram a mesma estratégia para tentarem se livrar da péssima imagem que caiu sobre o universo político nacional: eles estão mudando de nome para se dissociarem do fantasma da corrupção. Nesse caminho apostam, mais uma vez, na incapacidade de análise do eleitor.
Muitos já trocaram de nome, a exemplo do antigo MDB do período da ditadura militar, que se transformou em PMDB em 30 de junho 1981 e, mais recentemente voltou a ser MDB, em 2017, mas já está pensando adotar um nome mais pomposo: Movimento.
Existem hoje no país 32 partidos políticos e muitos querem seguir essa estratégia de marketing, sem se preocuparem com uma mudança de conteúdo, mantendo as práticas antigas e mudando a placa na frente da sede. Fazem até pesquisa para saber que nome adotar, como se estivessem definindo a nomenclatura de um produto comercial. Um exemplo disse é o Democratas, que já foi DEM, e muito anteriormente era PFL.
O PR (Partido da República) voltou à antiga denominação, PL (Partido Liberal). O PSDB encomendou pesquisa para saber qual o novo ‘batismo’, mas ainda não definiu. O que se saber é que poderá adotar o nome Digital, como se fosse de uma loja de artigos de informática. A estratégia aqui é tentar deixar de fora o termo ‘partido’, para não haver a indigesta associação com o cotidiano político que tem varrido de escândalos o país na última década. Eles buscam atrair o eleitorado, e reduzir o índice de desgaste e rejeição nas urnas.
Nos últimos dois anos, pelo menos 10 siglas já alteraram ou estudam alterar o nome. A decisão que costuma ser acompanhada como um processo de divulgação nas redes sociais, com a proposta renovação de estatutos e programas partidários, para passar a impressão de uma total reestruturação, tendo por trás toda uma estratégia de marketing. Todas as mudanças, de nome e estatuto, precisam de aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma estratégia que o DEM, que hoje preside tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado, fez em 2007, quando deixou de ser PFL e adotou a marca DEM e passou a ser Democratas. Essa medida vem sendo seguida, por siglas como PP, que mudou para Progressistas; pelo PTN, que virou Podemos; pelo PEN, que virou Patriota; o PTdoB, passou a ser Avante; o PSDC, transformou-se em DC; o PMDB, que voltou a ser MDB e já estuda virar Movimento; o PR, que voltou a ser PL; o PRB, que passará a ser Republicanos; e o PPS que vai virar Cidadania. E outras mudanças devem surgir até as eleições do próximo ano, onde os partidos querem aparecer repaginados e com um novo nome.
Ligado à Igreja Universal, o PRB vai se transformar em Republicanos, como vem sendo amplamente divulgado por integrantes do partido. A intenção da legenda é focar sua atuação no campo ideológico da centro-direita e para está mais próximo da população.