Historicamente, os moradores do bairro Caimbé enfrentaram problemas devido à atividade de prostíbulos que lá se estabeleceram, desde a sua criação. A prostituição acaba atraindo a venda de drogas, que por sua vez vem acompanhada de ilícitos como roubos e furtos, além de outros crimes mais graves. A situação só piorou com a imigração desordenada de venezuelanos, quando estrangeiras aproveitaram a atividade de prostituição para se estabelecerem no bairro, formando uma verdadeira feira-livre do sexo na calçada de várias ruas.
Este é o cenário da realidade do Caimbé, que precisa de atenção por parte das autoridades, em especial quando se trata da educação infantil, para acolher as crianças que estão sujeitas às mazelas sociais que por lá se estabeleceram com a violência a partir do tráfico de drogas e da prostituição a céu aberto. Porém, em vez de o bairro ser priorizado, a Prefeitura de Boa Vista abandonou a construção de uma creche, cuja obra deveria ter sido feita no terreno de um campo de futebol que lá existia muito antes de o bairro surgir.
O tradicional campo de futebol, com refletores e arquibancadas, era o principal ponto de lazer de moradores e de esportistas de outros bairros, localizado no cruzamento das ruas Dico Vieira e Ivone Pinheiro. Com a estrutura destruída para que a creche fosse construída, hoje a área está abandonada servindo de ponto de prostituição de venezuelanas. A área reservada para abrigar a creche só recebeu um aterro. A placa indicativa da obra, apontando o custo de R$1,8 milhão, foi arrancada. No local aterrado para ser construída a fundação da escola foi improvisado em pequeno campo de futebol.
É assim que a prefeita Teresa Surita (MDB) oculta a verdadeira face de sua administração diante da infância boa-vistense. Não é só no bairro Caimbé. O cenário de obras de creche abandonadas se repete em outros bairros. Existem mais cinco obras largadas ao descaso, três no bairro Cidade Satélite, uma no Nova Cidade e outra no Jóquei Clube. Fora as que desconhecemos. Foram milhões de recursos federais que deixaram de ser aplicados, restando saber aonde foi parar toda essa dinheirama.
Já que os órgãos fiscalizadores não agiram ou, se agiram, foi com uma lerdeza inigualável, a ponto de ninguém saber do resultado dessas fiscalizações, só resta ao contribuinte boa-vistense cobrar: então, prefeita Teresa, aonde foi parar o montante de recursos federais liberados para estas obras de creches para a nossa infância?
*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br