Foto: SupCom/ALERR

O Fórum de Segurança da Navegação da Amazônia Ocidental movimentou a Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) nesta quinta-feira (30), no plenário Noêmia Bastos Amazonas. Com o tema “Navegabilidade do Rio Branco – Desafios e Oportunidades”, o encontro promoveu um debate sobre o fortalecimento da navegação na região, destacando sua importância estratégica para o escoamento da produção, integração regional e desenvolvimento econômico sustentável.

A iniciativa foi fruto de uma solicitação da Marinha do Brasil à Assembleia Legislativa, cuja finalidade é ampliar o diálogo sobre a utilização do transporte fluvial e as políticas voltadas à segurança e fiscalização da navegação na Amazônia Ocidental.

Durante o fórum, foram discutidos os principais obstáculos à navegabilidade do Rio Branco, como bancos de areia, corredeiras e variações do regime do rio, especialmente em períodos de estiagem. Também foram apresentados projetos de dragagem, manejo integrado e sinalização fluvial, com o objetivo de garantir a operação contínua do rio ao longo do ano.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), destacou a relevância do encontro. “A navegabilidade do Rio Branco é um tema estratégico para o futuro do nosso estado. Ao apoiar este fórum, a Assembleia reforça seu compromisso em colaborar com iniciativas que fortaleçam a segurança, a integração e as oportunidades econômicas para a população roraimense. Este evento também nos permite mapear desafios logísticos e propor soluções concretas, garantindo que Roraima avance em infraestrutura e desenvolvimento”, destacou.

O capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, André Carvalhaes, ressaltou o potencial da região. “O Estado de Roraima é belíssimo e tem um potencial enorme em termos de navegação, mas ainda pouco explorado. Sabemos que existem desafios, como pedrais e variações do regime do rio, que precisam ser enfrentados, e esses desafios nos estimulam a buscar soluções. Recentemente inauguramos um corredor logístico para grãos que vai de Itacoatiara (AM) até Caracaraí, e isso mostra que é possível ampliar ainda mais essas possibilidades, gerando emprego, fortalecendo a economia e beneficiando toda a população”, pontuou.

Ele ressaltou que o Rio Branco precisa ser valorizado, assim como as estradas. “A dinamização da navegação trará mais trabalho para a Marinha, mas é um sinal positivo. Quando pensamos em desenvolvimento, emprego e economia, é fundamental olhar para o transporte fluvial. Roraima já tem maturidade e condições para avançar, e reunimos aqui pessoas com diferentes perspectivas para juntos superarmos esses desafios”, disse.

O fórum também abordou a expansão logística e a interiorização da produção regional, destacando o potencial do corredor fluvial que liga Itacoatiara, no Amazonas, a Caracaraí, em Roraima.

“A expansão da navegação para o norte é um projeto estratégico iniciado em 2008, dentro do chamado Arco Norte. A ideia é aproveitar portos com calado adequado e rios caudalosos, permitindo o escoamento da produção sem sobrecarregar os portos do Sul e Sudeste”, explicou Flávio Acatauassú, presidente da Associação Terminais Portuários e Estações de Transporte (Amport).  Ele frisou ainda que estudos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e de empresas privadas já permitem navegações experimentais, como o transporte de soja de Caracaraí a Manaus, evidenciando a viabilidade econômica do projeto.

O encontro reuniu representantes de diferentes setores, incluindo a Marinha, empresários, especialistas e instituições públicas e privadas, promovendo troca de experiências e construção de soluções conjuntas.

“Queremos construir novos caminhos para a navegação no estado, ouvindo diferentes perspectivas e propondo ações que melhorem processos logísticos e impulsionem o desenvolvimento regional”, completou o capitão André Carvalhaes.

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