O Tribunal do Júri condenou, nesta quarta-feira (22), Fernando Takao Marishiqui Filho a 12 anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado, pela morte das jovens Ariane Real da Silva e Layse Sampaio Salomão. O caso ocorreu em outubro de 2023, em Boa Vista.
Takao foi considerado culpado por duplo homicídio e embriaguez ao volante. Além da pena de prisão, ele também teve o direito de dirigir suspenso por cinco anos. O Ministério Público de Roraima (MPRR) foi representado pelos promotores de Justiça Paulo André Trindade, Joaquim Eduardo dos Santos e André Felipe Bagatin.

Conforme se comprovou no Tribunal do Júri, após consumir bebida alcoólica em um bar no bairro Caçari, Fernando Takao dirigia em alta velocidade quando colidiu violentamente contra o carro em que estavam as vítimas. Logo após a ocorrência, o motorista tentou se desfazer de uma garrafa de bebida alcoólica.
Ariane morreu ainda no local. Layse chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois no Hospital Geral de Roraima.

Para o promotor de Justiça Paulo André Trindade, a condenação reforça a importância do enfrentamento aos crimes no trânsito.
“Neste Júri tivemos a atuação conjunta de três promotores que lutaram para que o crime não ficasse impune. Foi uma resposta firme ao comportamento irresponsável no trânsito, marcado pela embriaguez e pelo excesso de velocidade. A sociedade, representada pelo Conselho de Sentença, endossou a tese do Ministério Público”, afirmou o promotor de justiça.
O promotor de Justiça Joaquim Eduardo dos Santos ressaltou que a atuação do Ministério Público também é uma forma de reafirmar a defesa da vida e de garantir justiça às vítimas e a seus familiares.
“Cada vida perdida representa uma dor irreparável para uma família. Para os filhos e familiares, a condenação não preenche o vazio, mas oferece uma forma de honrar a memória das vítimas que partiram e de reconhecer o profundo vazio de saudade que agora marca a vida de seus filhos e de toda a sua família. Nosso papel é agir para que essa dor não seja ignorada e para que a Justiça seja feita. Hoje, mais do que uma condenação, reafirmamos o compromisso com a proteção da vida e com o respeito às famílias das vítimas”, destacou o promotor.
De acordo com promotor de Justiça André Felipe Bagatin a decisão do Júri também tem um caráter preventivo e educativo.
“Essa conduta tem sido recorrente em Boa Vista, com muitos acidentes fatais. Hoje, a sociedade deu uma resposta exemplar. Esperamos que sirva de alerta para as pessoas que ainda se aventuram a ingerir bebida alcoólica e dirigir, porque nós agiremos com rigor contra os infratores. O trânsito em Roraima tem se mostrado cada vez mais violento, e condenações como esta ajudam a inibir esse tipo de comportamento”, concluiu o Promotor.