Sede da Coopebras em Boa Vista. Foto: reprodução/Google Street View

Oito dirigentes e funcionários da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos (Coopebras) foram condenados pela Justiça de Roraima pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, após denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). As penas somadas chegam a 92 anos de prisão, e todos os réus deverão iniciar o cumprimento em regime fechado.

De acordo com a decisão proferida nesta terça-feira (7), os condenados também foram obrigados a pagar indenização de R$ 62.195.378,60 por danos morais e coletivos, valor que será revertido ao Fundo Estadual de Saúde (FUNDES).

A denúncia, apresentada em 2020 pela Promotoria de Justiça Especializada em Crimes Decorrentes de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro, resultou das investigações da Operação Hipócrates, deflagrada pela Polícia Civil com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de cerca de R$ 30 milhões da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Segundo o MPRR, os crimes ocorreram entre 2015 e 2020, durante a execução de um contrato firmado entre a Coopebras e a Sesau para prestação de serviços médicos. As investigações constataram pagamentos indevidos a profissionais que não cumpriam a carga horária contratada, superfaturamento de plantões, sobreposição de escalas de trabalho e uso irregular de equipamentos públicos em clínicas particulares.

Também foi comprovado o pagamento de cargos de chefia e direção por meio de plantões fictícios, além de indícios de lavagem de dinheiro envolvendo as empresas Contad e Dendê, utilizadas para movimentar os valores desviados e disfarçar a origem ilícita dos recursos.

O promotor de Justiça Carlos Alberto Melotto destacou que o esquema era articulado por núcleos dentro da cooperativa, formados por dirigentes e funcionários do corpo administrativo.

“O objetivo era claro: promover o desvio sistemático de verbas públicas que posteriormente eram lavadas no mercado e revertidas em benefício financeiro aos envolvidos. É de suma importância que os responsáveis respondam por seus atos, tanto com a pena de prisão quanto indenizando o erário”, afirmou.

A decisão representa um dos desfechos mais expressivos em casos de corrupção envolvendo o sistema de saúde pública de Roraima.

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