A Polícia Civil de Roraima (PCRR), por meio do 2º Distrito Policial (DP), deflagrou nesta sexta-feira (3) uma operação para prender um casal acusado de sequestrar, despir à força, chicotear e roubar uma mulher de 27 anos, em Boa Vista. Os alvos são o piloto Matheus Semler de Almeida, de 29 anos, e a comerciante de joias Andreyslla Thays da Silva Lima, de 26 anos, que estão foragidos.
A ação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária nos bairros Caçari, Santa Teresa, Nova Canaã e Asa Branca, em Boa Vista, além de um sítio em Rorainópolis. Foram apreendidas uma pistola Taurus calibre 380 com munições, além de uma máquina de cortar cabelo, suspeita de ter sido usada no crime.
Segundo o delegado Ricardo Daniel, a investigação começou após denúncia feita no dia 7 de agosto. A vítima trafegava em seu Honda Civic no bairro Cinturão Verde, por volta das 23h, quando foi interceptada por uma caminhonete L-200 Triton prata. Matheus desceu armado com uma arma longa prateada e obrigou a mulher a entrar na caminhonete, enquanto Andreyslla assumiu a direção do veículo da vítima, abandonado logo depois.
“A vítima foi levada para um local isolado na estrada do município de Alto Alegre, despida à força, teve a cabeça raspada e foi submetida a tortura com chicotes, que dilaceraram suas costas. Além disso, seus pertences foram roubados, incluindo celular, cordão e pulseira de ouro, avaliados em aproximadamente R$ 15 mil. A gravidade e a crueldade dos atos exigiram ação imediata da polícia”, relatou o delegado.
De acordo com as apurações, o crime estaria ligado a um empréstimo de R$ 200 mil contraído pela vítima com Andreyslla, que teria obtido o dinheiro com Matheus. A vítima não conseguiu pagar a dívida e tentou oferecer imóveis como garantia, mas os acusados não aceitaram.
“As investigações indicam que o desentendimento financeiro evoluiu para ameaça, violência e sequestro, culminando na tortura da vítima”, destacou Ricardo Daniel.
Os investigados chegaram a prestar depoimento e negaram as acusações, mas contradições nas falas e provas coletadas embasaram os pedidos de prisão temporária e buscas domiciliares.
O delegado afirmou que os suspeitos dificultavam a investigação ao mudar constantemente de endereço e usar múltiplos números de telefone em nomes de terceiros.
“Eles mudavam constantemente de endereço e usavam múltiplos números de telefone cadastrados em nomes de terceiros, o que poderia comprometer a investigação. Os mandados foram essenciais para garantir a coleta das provas e responsabilizar os autores.”
As buscas continuam. Segundo a Polícia Civil, houve tentativa de negociação com a defesa para que os acusados se entregassem, mas não houve acordo.
“Solicitamos o apoio da população para localizá-los. Quem tiver informações pode fazer contato com o Disque-Denúncia da Polícia Civil pelo endereço https://diskdenuncia.policiacivil.rr.gov.br/
ou pelo telefone 197”, reforçou o delegado.