Roraima passou a ser, de forma definitiva, parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir desta quinta-feira (18), com a energização plena do Linhão de Tucuruí até Boa Vista. A medida encerra décadas de isolamento energético do estado, que era o único do país a depender majoritariamente de termelétricas movidas a óleo diesel.
O processo de integração ocorreu após uma fase de testes iniciada em 13 de setembro, que transcorreu sem falhas. “Hoje começa o primeiro dia oficial da energia do Linhão de Tucuruí para Boa Vista”, afirmou o governador Antonio Denarium (Progressistas), em entrevista ao Poder360, ao anunciar a conclusão do processo.
Segundo o cronograma inicial do governo federal, a expectativa era de que a obra fosse concluída apenas em dezembro. Entretanto, a energização simbólica foi feita em 10 de setembro, em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e desde então o sistema operava em caráter experimental.
O linhão foi planejado ainda na década de 1990, mas sucessivas paralisações adiaram sua execução. Em 2011, uma decisão judicial suspendeu o processo licitatório. A retomada só ocorreu após negociações com comunidades indígenas e definição de compensações ambientais estimadas em mais de R$ 100 milhões.
Até 2018, a totalidade da energia em Roraima vinha de termelétricas e importação da Venezuela, com alto custo e instabilidade. Em 2018, foram registrados 84 apagões; em 2024, o número caiu para quatro.
Com a integração ao SIN, a participação das usinas a óleo tende a cair ainda mais, embora cerca de 45% da matriz do estado ainda dependa de térmicas locais. Complementam o fornecimento fontes como gás natural, biomassa de acácia e dendê, além da pequena usina de Jatapu.
A conexão ao sistema nacional deve reduzir custos de geração, aumentar a segurança energética e favorecer novos investimentos. Apesar disso, por conta do modelo tarifário baseado em média nacional, não é esperada queda imediata no preço da energia para os consumidores de Roraima.
