Um homem de 26 anos foi preso na terça-feira, 16, na comunidade indígena Samã I, no município de Pacaraima, acusado de estuprar e engravidar a própria irmã, atualmente com 17 anos. O mandado de prisão temporária foi cumprido pela Polícia Civil de Roraima, por meio da Delegacia de Pacaraima, após decisão da comarca local.
Segundo o delegado Robin Felipe, o homem é acusado de abusar sexualmente da irmã desde que ela tinha 12 anos. Em abril deste ano, a adolescente, acompanhada do pai, buscou atendimento em uma unidade de saúde para fazer um teste de gravidez, mas foi encaminhada ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista. Lá, relatou os abusos a uma enfermeira e foi levada à delegacia para registrar a denúncia.
A vítima, grávida de sete meses, afirmou que os abusos ocorreram desde os 12 anos, sempre na ausência dos familiares e quando estava sozinha em casa com o acusado. “O primeiro abuso ocorreu após um convite do acusado para pescar. Depois de caminharmos por vários quilômetros, ele afirmou que queria manter relações sexuais e, diante da negativa, me ameaçou com um facão, amarrou meus braços com uma corda e me violentou, advertindo que me mataria caso contasse a alguém”, disse ela.
Ela declarou não saber quantas vezes foi abusada, já que as agressões ocorreram em diversas ocasiões. A jovem relatou que tentou contar aos pais, mas “eles não acreditaram” e nenhuma providência foi tomada. “Eles apenas pediam para o acusado parar, o que era ignorado por ele.” Os abusos teriam cessado quando o homem se casou aos 14 anos, mas voltaram após o divórcio e o retorno dele à casa da família.
A mãe da vítima afirmou que soube dos abusos pela filha e, ao confrontar o acusado, ouviu dele que tinha se transtornado após fumar um cigarro oferecido por um casal em troca de café. Ele teria dito que após fumar o cigarro ficou transtornado, tentei se matar e abusou sexualmente da irmã.
A mãe também justificou os abusos relatando que o filho teria sido vítima de estupro na infância por “rabudos”, uma figura do imaginário popular amazônico associada ao mal e à violência.
Após os depoimentos, o delegado representou pela prisão temporária do homem por estupro de vulnerável, medida apoiada pelo Ministério Público e deferida pela Justiça. A vítima requereu medida protetiva de urgência, concedida pela Justiça, mas descumprida, pois o suspeito foi encontrado na mesma residência que ela.
O homem foi encaminhado à Delegacia de Pacaraima para formalização da prisão e apresentado em audiência de custódia. Conforme o delegado, há um prazo de dez dias para conclusão do inquérito, quando será solicitada a conversão da prisão temporária em preventiva.
