O estado de Roraima registrou 426,6 mil hectares queimados entre janeiro e julho de 2025, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. O número coloca o estado como o segundo do país em área atingida pelo fogo no período, atrás do Tocantins (467 mil ha) e à frente do Maranhão (329,7 mil ha).
Juntos, Tocantins, Roraima e Maranhão totalizaram 50% da área queimada no período. Em um recorte municipal, os municípios de Pacaraima (RR) e Normandia (RR) registraram as maiores áreas queimadas entre janeiro e julho de 2025, com 122,8 mil hectares e 122 mil hectares queimados, respectivamente.
Diferença de posição em comparação ao ranking do Inpe
Em um outro estudo recente, desta vez divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Roraima aparece em 12º lugar em um ranking nacional de focos de incêndio entre 1º de janeiro e 14 de agosto deste ano.
A diferença entre os dois rankings ocorre porque o Inpe e o MapBiomas medem coisas distintas. O Inpe monitora focos de calor detectados por satélites praticamente em tempo real. O objetivo é auxiliar no combate ao fogo, indicando pontos onde há alta temperatura e, portanto, possibilidade de incêndio em andamento. Essa medição é útil para ações emergenciais, já que mostra onde o fogo está acontecendo no momento.
O MapBiomas, por outro lado, avalia o que ficou depois que o fogo acabou. Seu monitoramento mede a extensão da área queimada, permitindo calcular o dano ambiental e a degradação da vegetação natural causada pelo incêndio. Esse tipo de levantamento é mais voltado para entender o impacto e não para combater o fogo em tempo real.
Cenário no Brasil
No Brasil, o mês de julho contabilizou 748 mil hectares queimados, o menor valor para o período desde o início da série histórica, em 2019. Em comparação com julho de 2024, houve uma redução de 40%, o que equivale a 510 mil hectares a menos.
Do total atingido em julho, 76,5% correspondeu à vegetação nativa, com maior impacto sobre formações savânicas (36%). Nas áreas de uso agropecuário, as pastagens foram as mais afetadas, somando 14,3%.
Cerrado concentrou a maior parte das queimadas
O Cerrado registrou 571 mil hectares queimados em julho, o equivalente a 76% do total nacional no mês. O valor representa uma redução de 16% em relação ao mesmo período de 2024. Em seguida aparece a Amazônia, com 143 mil hectares atingidos, queda de 65% na mesma comparação.
Os estados com maiores áreas queimadas em julho foram Tocantins (203 mil ha), Mato Grosso (126 mil ha) e Maranhão (121 mil ha). Entre os municípios, todos no Cerrado, destacaram-se Lagoa da Confusão (TO), Mirador (MA) e Formoso do Araguaia (TO).
Acumulado nacional em 2025
Entre janeiro e julho de 2025, o Brasil registrou 2,45 milhões de hectares queimados, uma redução de 59% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 6,09 milhões de hectares.
A vegetação nativa respondeu por 75% da área queimada, principalmente em formações campestres (28,5%). Nas áreas agropecuárias, as pastagens foram as mais atingidas, com 358 mil hectares.
O Cerrado concentrou 1,2 milhão de hectares queimados, metade do total no país. A Amazônia somou 1,1 milhão de hectares, volume 70% menor que em 2024 e o mais baixo desde 2019.
Outros biomas
No Pantanal, foram queimados 13 mil hectares entre janeiro e julho, queda de 97% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Mata Atlântica teve 61 mil hectares queimados, com predominância de áreas agropecuárias. O Pampa registrou 9,3 mil hectares, em sua maioria de vegetação nativa.
A Caatinga, por outro lado, apresentou aumento de 54% nas áreas queimadas em comparação a 2024, alcançando 31 mil hectares, majoritariamente em formações savânicas.