Foto: Reprodução/SupCom ALE-RR

Ambiente de idas e vindas, a Rodoviária Internacional de Boa Vista é o local em que muitas partidas podem se tornar o último contato de homens e mulheres que embarcam em busca de um sonho. Promessa de emprego, dinheiro e construção de carreira são usadas como isca para o início de um pesadelo, o tráfico humano.

E com intuito de reforçar a proteção e prevenção a este tipo de crime, a Assembleia Legislativa de Roraima por meio do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC) promoveu, nesta sexta-feira (18), uma ação informativa e de sensibilização a passageiros e usuários da Rodoviária Internacional de Boa Vista, como parte integrante da campanha “Coração Azul de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Estado de Roraima em todas as modalidades: trabalho em condições análogas à de escravo, qualquer tipo de servidão, adoção ilegal, remoção de órgãos e exploração sexual”.

A servidora pública Núbia Portela foi à rodoviária com intuito de buscar uma encomenda. Além do produto, saiu com mais conhecimentos sobre a existência do crime de tráfico humano no Estado. “A gente acha uma cidade tranquila, ouvimos muito falar, mas do jeito que está fica perigoso”, compartilhou.

Núbia ressaltou a importância da ação e garantiu o compartilhamento das informações com outras pessoas. “Alertar as pessoas com estes folhetos com o disque denúncia, é um trabalho muito importante”, ponderou.

A escolha do local para este movimento não foi por acaso. Dezenas de migrantes vivem nas redondezas do prédio localizado no bairro 13 de Setembro. A situação de vulnerabilidade chama a atenção de traficantes que se aproveitam para cometer as violações de direitos. O tráfico humano ocorre em diversas vertentes: para fins de exploração sexual, trabalho análogo a escravidão, servidão, adoção ilegal ou para remoção de órgãos.

Folhetos, conversas ‘olho no olho’ e até o uso da rádio interna da rodoviária foram os mecanismos utilizados pelo PDDHC para ampliar ainda mais as informações sobre o tema. “Falando sobre as questões do tráfico de pessoas, das modalidades, como acontecem e quais as consequências desse ato na vida de uma pessoa”, comentou a diretora Socorro Santos.

Para Socorro, que atua na causa há mais de 30 anos, o combate é fortalecido quando a população participa ativamente. “A panfletagem junto a Rede [de Proteção], Polícia Rodoviária Federal, Grito pela Vida, Cáritas, Jesuítas, todos estão aqui para fazermos e levarmos as informações e isso é muito importante aqui”, descreveu.

O Serviço Jesuítas, organização não governamental, se uniu ao trabalho. “Nós buscamos o Programa com a vontade de fortalecer a Rede, além de compreender o fluxo de atendimento para pessoas sobreviventes do tráfico de pessoas, participar desse trabalho de conscientização e sensibilização para ter como resultado uma proteção mais ampla”, colaborou o analista jurídico, Breno Sarmento.

A programação segue até o fim do mês. No dia 24 de julho, a partir das 16h, a equipe do PDDHC, por intermédio do Projeto Educar é Prevenir, estará com uma roda de conversa com estudantes e parceiros na Escola Militarizada Senador Hélio Campos, no bairro Silvio Leite.

Nos dias 30 e 31 de julho, no Plenário Valério Caldas de Magalhães, a partir das 8h, o Programa realizará o III Seminário de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com a proposta de sensibilizar a Rede de Serviço ampliando o conhecimento dos participantes a fim de promover diálogos como ferramenta para prevenção e atendimento humanizado às vítimas desse crime.

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