O presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) e conselheiro federal, Domingos Sávio, criticou a baixa efetividade dos gastos públicos em saúde nas comunidades indígenas do estado. Durante apresentação sobre a infraestrutura assistencial nas terras indígenas e os aspectos econômicos da saúde pública, ele apontou que a maior parte dos recursos destinados aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) é consumida com transporte e locomoção.
“Analisando o orçamento dos dois Distritos Sanitários Especial Indígena (DSEI) existentes em Roraima, o Leste e o Yanomami, podemos verificar que a maior parte dos recursos são usados com transporte e locomoção. De janeiro a maio deste ano, dos R$ 54 milhões destinados ao DSEI Yanomami, R$ 36 milhões foram gastos nessa rubrica. No DSEI Leste, dos R$ 11 milhões, R$ 4 milhões foram destinados a transporte e locomoção e apenas R$ 11 mil para remédios”, afirmou.
Sávio defendeu uma reestruturação nos investimentos para ampliar o acesso à saúde nas áreas indígenas. Entre as propostas, destacou a criação de uma cadeia de suprimentos eficiente, o uso de energia renovável, o incentivo à formação de profissionais indígenas da saúde, apoio psicossocial para os trabalhadores da área, ações de controle de doenças endêmicas e mecanismos rigorosos para fiscalizar o uso dos recursos.
“É crucial que tais ações sejam executadas de forma intersetorial. Deve existir um investimento contínuo para que haja uma melhoria na qualidade dos investimentos públicos em saúde”, disse.