O médico roraimense Samir Xaud é o nome apoiado por 19 das 27 federações estaduais de futebol para disputar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol (FRF) para o mandato que se inicia em 2027, Samir ganhou projeção nacional após a divulgação de um manifesto conjunto das entidades, que defendem mudanças estruturais na gestão da CBF e criticam o atual cenário de instabilidade na entidade, agravado pelo afastamento de Ednaldo Rodrigues.
O manifesto, divulgado em 15 de maio, pede a renovação das lideranças da CBF, maior descentralização nas decisões e uma gestão mais transparente e eficiente. O grupo também cobra a profissionalização da arbitragem, melhoria da infraestrutura esportiva, segurança nos estádios e fortalecimento das competições. Segundo o texto, o futebol brasileiro “vive um momento decisivo” e precisa retomar a estabilidade institucional.
Entre as federações que apoiam a candidatura de Xaud estão as de estados como Amazonas, Pará, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além da própria Roraima. A maioria já garante força política ao roraimense na disputa que será organizada pelo interventor Fernando Sarney, nomeado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que tem 30 dias para convocar a eleição.
Aos 40 anos, Samir Xaud foi eleito para assumir a presidência da FRF em substituição a seu pai, Zeca Xaud, no comando da federação desde 1986. Caso assuma a presidência da CBF, Samir não tomará posse na federação estadual. Atualmente, a FRF conta com 10 clubes filiados, e o estado tem um representante no Campeonato Brasileiro de 2025: o GAS, na Série D.
Outro possível candidato é Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e vice da CBF desde 2022. Bastos foi reeleito neste ano com apoio das 27 federações estaduais e dos clubes das séries A e B, e já havia sinalizado interesse na presidência em 2023.
O afastamento de Ednaldo Rodrigues está ligado a questionamentos sobre o acordo com o Ministério Público que viabilizou sua eleição em 2022. Segundo o portal Poder360, uma das irregularidades investigadas é a suposta falsificação da assinatura do ex-dirigente Antônio Carlos Nunes, que enfrenta sérios problemas de saúde. Embora o Supremo Tribunal Federal tenha homologado o acordo em fevereiro de 2025, o caso continua sob análise da Justiça.
Em nota oficial, a CBF declarou que todos os atos foram realizados de forma legal e com representantes legitimados, e informou que aguarda o desfecho do processo judicial.