Indígenas das regiões do Baixo Cotingo, Serra, Alto Cuamé, Surumu, Tabaio, Amajari, Wai Wai, Yanomami, Murupu, Serra da Lua e Raposa começam a chegar à capital nesta segunda-feira (5) - Foto: Reprodução/CIR

O Movimento Indígena de Roraima se prepara mais uma mobilização histórica com a
realização do V Acampamento Terra Livre (ATL) de Roraima, que acontecerá em 2025.
Durante cinco dias, a mobilização pretende reunir cerca de 8 mil pessoas na Praça
Ovelário Tames Macuxi, localizada no Centro Cívico de Boa Vista.

A mobilização tem como principal objetivo denunciar à vigência da Lei nº 14.701/2023,
conhecida como Lei do Marco Temporal, bem como à atuação da Câmara de
Conciliação instalada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal
(STF). Essa câmara, que teve seu funcionamento prorrogado pela terceira vez até 25 de
junho, tem causado sérios prejuízos aos povos indígenas e incentivado a invasão de
seus territórios.

Outro tema de grande preocupação que será debatido é o grave descaso com a saúde
indígena, agravado pela ausência de coordenação no Distrito Sanitário Especial
Indígena (DSEI) Leste de Roraima há quase dois meses. A falta de gestão tem
comprometido significativamente o atendimento às comunidades indígenas.

Também estará na pauta a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48,
de autoria do senador Hiran Gonçalves, além do Grupo de Trabalho (GT) instalado no
Senado Federal para discutir a mineração em terras indígenas — uma iniciativa que
representa sérias ameaças aos direitos territoriais dos povos originários.

“Estamos nos preparando para mais essa mobilização, essa mobilização é muito
importante para nós. Não podemos ver os nossos direitos sendo violados e não fazer
nada. Temos que lutar por tudo e por todos. É esperado mais seis mil pessoas dos
territórios”, explicou a liderança Felipe Valério, que faz parte da comissão
organizadora.

Delegações indígenas das regiões do Baixo Cotingo, Serra, Alto Cuamé, Surumu,
Tabaio, Amajari, Wai Wai, Yanomami, Murupu, Serra da Lua e Raposa começam a
chegar à capital nesta segunda-feira (5). A mobilização reunirá mulheres, jovens,
lideranças e demais representantes das comunidades.

Além de debates e palestras, o ATL contará com exposição de artesanato e
apresentações de danças tradicionais. Paralelamente à manifestação em Boa Vista,
também ocorrerão atos e atividades nas comunidades indígenas.

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