Foto: divulgação

As atividades da CPI das Bets deveriam terminar em 30 de abril, conforme estava previsto inicialmente. Mas os integrantes da comissão, incluindo seu presidente, o senador Dr. Hiran (PP-RR), defendem a prorrogação das investigações. A relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), trabalha na busca de solução, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que os convocados possam depor. Muitos deles, como a influenciadora digital Deolane Bezerra, recorreram à Suprema Corte e obtiveram habeas corpus para não comparecerem à CPI.

Na última quinta-feira (10), a CPI que investiga irregularidades no setor de apostas on-line deveria ter ouvido a influenciadora digital Deolane Bezerra dos Santos. Ela é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por suposta participação no crime de lavagem de dinheiro relacionada a jogos de azar. Com aval do STF, Deolane não compareceu à oitiva.

A convocação, que foi obrigatória, atendeu a requerimento do senador Izalci Lucas (PL-DF). Ele justifica no requerimento para a audiência que Deolane deve esclarecer à CPI das Bets “como influenciadores têm sido utilizados por plataformas de apostas para atrair consumidores”, além de responder sobre esquemas ilegais relacionados ao setor.

Senadores integrantes da CPI das Bets criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dispensar a influenciadora digital Deolane Bezerra de prestar depoimento no colegiado nesta quinta-feira (10). Esta é a segunda ocasião em que Deolane recebe aval da Corte para não depor aos senadores — o que também ocorreu em outubro de 2024, perante a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.

Relatora da CPI das Bets, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que o ministro André Mendonça errou ao considerar que os inquéritos da Polícia Civil de Pernambuco contra Deolane seriam um impedimento ao seu depoimento. A influenciadora é investigada por lavagem de dinheiro e chegou a ser presa em 2024.

Segundo Soraya, os inquéritos já foram arquivados. A senadora também assegurou que Deolane não seria obrigada a se incriminar e que teria seus direitos respeitados, inclusive com assistência de advogado.

“A decisão [de Mendonça] aqui é nula. Nós não somos contra a Deolane. Nós não queremos indiciar ninguém sem entender. Gostaríamos de conversar com ela e dizer: “A senhora pode explicar essa entrada de recurso nas suas contas?”. Mas ela, pelo jeito, não quer responder. O Poder Legislativo, durante um período de CPI, tem poder de polícia. Nós gostaríamos muito de sermos respeitados nas nossas decisões. Nós estamos cumprindo o nosso dever”.

A relatora também criticou a decisão do STF de distribuir o pedido a André Mendonça. Ela disse suspeitar que o tribunal tenha confundido a CPI das Bets com a CPI da Manipulação de Jogos Esportivos — naquele caso, em 2024, o habeas corpus que liberou Deolane do depoimento foi de responsabilidade de Mendonça.

“Esse habeas corpus foi distribuído por prevenção, que é quando um juiz já está naquele caso e esta nova petição tem algo a ver. Caiu o mesmo ministro um outro habeas corpus na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas. Porém, esta CPI nada tem a ver com aquela. Isso não é motivo de prevenção. Eu acredito que os nobres advogados conseguiram induzir a erro o ministro André Mendonça”.

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