Foto: EBC/Agência Brasil.

O inquérito da Polícia Federal (PF) que apura genocídio e omissão de socorro contra os indígenas da etnia Yanomami vai completar dois anos sem ter sido concluído. A investigação começou após determinação do ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, em 23 de janeiro de 2023, logo nos primeiros dias do governo Lula. A reportagem é de Thalys Alcântara, do portal Metrópoles.

Resumo da situação:

  • A investigação da PF sobre genocídio Yanomami está em andamento desde 2023, com vasto material analisado, mas sem conclusão.
  • Inquérito foi aberto sob a acusação de incentivo político a garimpos ilegais e ausência de ações de saúde e segurança alimentar na gestão Bolsonaro.
  • O destino do inquérito, ainda em sigilo, pode ser o MPF ou um tribunal internacional, dependendo da caracterização do crime

Na época, o Ministério da Saúde tinha acabado de decretar estado de emergência na região, considerando a situação degradante dos indígenas diante da fome e da malária.

O decreto de Dino que determinou a abertura do inquérito citava o incentivo político a garimpos ilegais em terras indígenas, além da falta de ações de saúde e estratégias para segurança alimentar dos Yanomami durante a gestão Bolsonaro.

A reportagem apurou que os investigadores da PF se debruçaram sobre vasta documentação sobre o assunto, mas há um desafio por conta da falta de dados consistentes sobre a situação dos indígenas da região de Roraima. Vários delegados já passaram pelo inquérito.

Ainda não se sabe se o resultado da investigação será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), com potencial para transformar ex-integrantes do governo Bolsonaro em réus, ou se será submetido a um tribunal internacional, considerando a possibilidade de caracterização como crime contra a humanidade.

A Superintendência da Polícia Federal em Roraima informou que o inquérito está em andamento e o procedimento é sigiloso. “Não podemos dar informações”, escreveu em nota.

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