Mapa geológico da bacia do Tacutu, em Roraima. Arte: reprodução.

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou que está autorizada a entrada de dois blocos da Bacia do Tacutu, localizada na fronteira entre Roraima e Guiana. O local poderá ter a exploração de petróleo e gás natural. A decisão faz parte da assinatura de cinco novas manifestações conjuntas com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Conforme a publicação, de quarta-feira, 18, a medida é para a inclusão de 393 blocos e cinco campos de petróleo e gás natural no sistema de Oferta Permanente de Concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As novas áreas estão localizadas nas bacias do Recôncavo, Tucano, Santos, Campos, Parnaíba e Tacutu. Está previsto investimentos mínimos de R$ 3,7 bilhões e R$ 489 milhões em bônus de assinatura.

A Bacia do Tacutu faz parte de uma reivindicação antiga no cenário político de Roraima, que visa a exploração de petróleo e gás natural do local. A parte brasileira do Tacutu abrange cerca de 15 mil quilômetros quadrados e, considerando que a última perfuração na região ocorreu na década de 1980, essa é considerada uma nova fronteira de exploração.

Para Vladimir de Souza, professor do curso de Geologia da Universidade Federal de Roraima e especialista em Geologia do petróleo, a liberação feita pelos ministérios representa que a Bacia do Tacutu ficará liberada para futuros leilões, uma oferta permanente de blocos para exploração de petróleo e gás, por meio de empresas.

“Isso é uma parte inicial, porque vai precisar também de estudos prévios e outras coisas para poder ofertar o bloco para que as empresas tenham interesse em adquirir o território. A Bacia do Tacutu tem poucos dados geológicos, os últimos foram feitos pela Petrobras no ano de 1982. Os dados mais recentes têm sido realizados pela nossa equipe de pesquisa da UFRR”, informou.

O especialista ressalta ainda que à exploração do petróleo e gás na região irá mudar o cenário financeiro do Estado, em relação à infraestrutura, comércio e novos empregos. Além disso, a exploração se torna mais favorável por ser terrestre, o que diminui os riscos ambientais.

“Como a exploração é terrestre, os riscos ambientais diminuem mais de 95%, porque são coisas pontuais, não tem como ter graves acidentes, é muito baixo os riscos quando se faz operações terrestres na exploração de petróleo e gás. O Estado entra para o cenário nacional na questão de exploração desse recurso, com ótimas perspectivas”, finalizou.

Entenda mais sobre a assinatura

Conforme o ministro, a ação levará em consideração as medidas socioambientais para a exploração do material na bacia. Ele ainda reforçou o compromisso do MME com a segurança energética aliada à sustentabilidade ambiental.

“Essa assinatura reafirma o nosso compromisso em impulsionar a produção de petróleo e gás natural de forma sustentável, garantindo a segurança jurídica e ambiental necessária para atrair investimentos e gerar emprego e renda para brasileiras e brasileiros. As novas áreas reforçam o papel estratégico do Brasil como uma potência energética global, além de garantir a autossuficiência brasileira em uma área de extrema importância para o desenvolvimento econômico”, destacou.

Ao todo, os 393 exploratórios e cinco campos de petróleo e gás natural estão em áreas terrestres e marítimas. Nas bacias marítimas, foram 265 blocos analisados, sendo 248 localizados na Bacia de Santos e 17 na Bacia de Campos, ambas na Região Sudeste.

Segundo o MME, as duas fazem parte das principais áreas produtoras dos recursos no País, o que coloca o Brasil em destaque no cenário internacional.

Nas áreas terrestres, foram incluídos 133 blocos, distribuídos entre as seguintes regiões: 96 blocos e 5 campos de acumulações marginais nas bacias do Recôncavo e Tucano (Bahia), 30 blocos na Bacia do Parnaíba (Maranhão e Piauí) e dois blocos na Bacia do Tacutu (Roraima).

A iniciativa integra o Programa Potencializa E&P, que busca aprimorar o sistema de oferta de áreas para exploração e produção de petróleo e gás no País.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here