Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a Agência da ONU para Migrações (OIM) deu início a 9ª rodada da Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM, na sigla em inglês). O diretor do Departamento de Proteção Especial do MDS, Régis Spíndola, ressaltou a importância da pesquisa para a realização de políticas públicas.
“A DTM nos possibilita levantar dados sobre a população migrante e refugiada e subsidiar a construção e o aprimoramento das políticas públicas. Para o SUAS é fundamental conhecer os seus usuários para ofertar proteção e, nesses casos, desde o atendimento emergencial quando esses grupos chegam ao Brasil até a sua integração nos territórios”, disse.
Esta é a terceira vez que a OIM realiza o levantamento em todos os 15 municípios de Roraima, com o objetivo de traçar o perfil e identificar as necessidades da população venezuelana que se encontra no estado. A coordenadora de Gestão da Informação da OIM em Boa Vista, Tathiany Bonavita, destacou que o monitoramento possibilita uma melhor compreensão da realidade da população migrante e refugiada venezuelana que escolhe o estado roraimense como moradia.
“Por se tratar de uma pesquisa detalhada, a DTM desempenha um papel crucial na conscientização da sociedade sobre os desafios enfrentados por esses grupos, estimulando a reflexão e o engajamento social”, ressaltou a coordenadora.
Por meio de entrevistas, a pesquisa coleta informações sobre condições de trabalho, renda, moradia, escolaridade e saúde, migração, etnias indígenas, quando pertinentes, e outras temáticas. Após a coleta, um relatório é divulgado para embasar a criação de estudos, ações e políticas voltadas às pessoas refugiadas e migrantes.
A iniciativa também conta com o apoio da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), do governo de Roraima, além de secretarias municipais e parceiros locais, como o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM).
Na última edição, feita em 2023, foram realizadas 931 entrevistas em todo o estado, que correspondem às informações de 3.813 pessoas. Entre as informações obtidas, destacou-se que 60% dos participantes optaram pela autorização de residência no Brasil, 49% enviavam remessas para a Venezuela e 27% relataram ter sofrido algum tipo de discriminação.
O monitoramento, consolidado como a principal fonte de dados da OIM, é realizado no estado desde 2017, focado na população refugiada e migrante venezuelana.