A Secretaria estadual de Saúde informou neste sábado (19) que foi confirmado o diagnóstico de febre amarela em um macaco encontrado morto em uma comunidade indígena em Alto Alegre, no interior de Roraima. Com o registro, um alerta epidemiológico foi emitido para que os 15 municípios do estado intensifiquem as ações de vigilância quanto à circulação do vírus da doença.
A confirmação de que o macaco morreu devido à doença saiu nessa sexta-feira (18). Uma amostra de material biológico do animal foi analisada no Instituto Evandro Chagas (IEC), do Pará, uma referência na Amazônia. O diagnóstico de febre amarela em macacos é chamado de Epizootia.
O animal morreu no dia 18 de agosto. Além desse caso, a Saúde estadual também registrou esse ano dois casos de febre amarela em humanos, ambos em pacientes da Guiana, país na fronteira com o município de Bonfim, no Norte de Roraima. Os dois foram tratados no maior hospital do estado.
“Recebemos o resultado do diagnóstico laboratorial de um PNH [Primata Não Humano] de uma comunidade indígena de Alto Alegre, muito próxima à área urbana do município, encontrado morto em agosto. Houve essa epizootia, e o Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue foi até o local. É uma região pertencente ao Dsei Leste, mas a equipe estadual foi até lá, coletou material desse animal, que foi enviado ao laboratório do Instituto Evandro Chagas, referência na região”, esclareceu a gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue do Estado, Rosângela Santos.
A febre amarela é uma doença hemorrágica, causada por um vírus, do gênero flavivírus, que se destaca entre as doenças infecciosas imunopreviníveis. Ela é comum em 47 países de baixa e média rendas nos continentes africano e sul-americano.
Entre as orientações enviadas aos municípios, estão o alerta para que gestores das Secretarias Municipais de Saúde intensifiquem campanhas que sensibilizem a população sobre a necessidade de se proteger contra a doença por meio da vacinação.
O caso da epizootia, segundo a Saúde, é uma importante ferramenta para que o governo e prefeituras implementem ações para controlar os riscos de transmissão da Febre Amarela.
“Essas duas situações, os casos confirmados oriundos da Guiana e a epizootia confirmada em primata não humano em Alto Alegre, são fatores de grande relevância para que o Estado entre em alerta quanto à possível ocorrência de febre amarela silvestre. A vigilância de epizootias e a cobertura vacinal estão sendo intensificadas nos municípios, com foco principalmente naquelas pessoas que frequentam as matas, realizam atividades ligadas ao turismo ecológico, praticam caça e pesca ou são adeptas de caminhadas e trilhas, pois estão mais expostas ao risco de infecção pelo vírus”, destacou Rosângela.