Uma fake news despejada pela candidata Catarina Guerra (União) em entrevista a uma rádio local virou piada na Assembleia, dentro da campanha do prefeito Arthur Henrique (MDB),e até entre os próprios correligionários da candidata. Depois de dizer que havia conhecido Júlia, uma menina de 7 anos que “nunca sentou em um banco de escola em Boa Vista”, a candidata virou meme, sem conseguir provar o que disse.
Segundo Catarina, Júlia mora no bairro Pedra Pintada. Uma busca ativa foi realizada na comunidade, porta a porta, e os momentos foram compartilhados até pelo prefeito nas redes sociais. A campanha “Procura-se Júlia” contou com milhares de visualizações e virou alvo de reclamação dos eleitores.
“Mentir para ganhar voto é errado, candidata!“, publicou um internauta.
“Fake news é crime, Catarina!”, disse outro.
Apesar de o assunto ter terminado em brincadeira, isso é algo muito sério. Divulgar informações falsas, sobretudo na campanha eleitoral, é crime.
“Garantir que mais crianças estejam dentro das salas de aula sempre foi prioridade na minha gestão. Construímos 15 escolas novinhas em quatro anos, com um modelo que é referência para o Brasil. Além do ensino de qualidade, também garantimos farda completa e totalmente gratuita, além de merenda saudável e nutritiva”, disse o prefeito Arthur.
Enquanto houve a abertura de vagas em escolas e creches na prefeitura, o governo de Roraima, que apoia a candidatura da deputada Catarina, não só não abriu nenhuma unidade nova, como ainda fechou a Escola Estadual Ayrton Senna, na orla de Boa Vista, e doou o prédio para ser a sede da Operação Acolhida em Roraima. Hoje a antiga escola pertence ao Exército.
Depois da fatídica entrevista, a campanha de Catarina Guerra não tocou mais no assunto. Júlia nunca foi localizada.