A primeira-dama de Roraima, que porventura também é conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR), Simone Denarium, esteve nesta quinta-feira (29), pelo TCE-RR, em reunião com o ministro da educação, Camilo Santana. A primeira-dama foi cobrar a entrega de obras paradas na educação em Roraima. Dentre elas, estão:
- 8 unidades de educação infantil, entre creches e pré-escolas;
- 14 escolas de ensino fundamental;
- 4 novas quadras esportivas ou coberturas de quadras; e
- 1 escola de ensino profissionalizante
Porém, diz o ditado, “quem não te conhece que te compre”. O governo do Estado possui muitas outras obras que estão simplesmente abandonadas ou que sequer foram iniciadas pelo marido da conselheira. Escolas, feiras, prédio da secretaria de educação, parque Anauá, Totozão, e tantas outras que ficaram só na promessa de seu digníssimo. Mas, para mostrar serviço, e dizer que seu espírito fiscalizatório está em alerta sempre, Simone Denarium fez a linha com a comitiva do Tribunal de Contas.
Além disso, creia, a primeira-dama também foi cobrar do ministro políticas públicas para a educação indígena em Roraima. Mas vejam só, como o mundo dá voltas. O marido dela, o governador Antonio Denarium (PP), já chegou a defender a aculturação de indígenas. Qual das linhas ideológicas a família Denarium segue? Ficamos confusos aqui.
Além de aprovar leis anti-ambientais, ter sido um ferrenho defensor do garimpo (que é hoje o maior problema da mortalidade indígena no Brasil), o marido da conselheira é ainda cassado por má-condução dos recursos públicos. Parece uma realidade paralela a que vivemos em Roraima, onde o marido faz o que faz e a mulher vai para Brasília para cobrar que os outros façam o que ele não faz. Pode?
Enquanto vai fingindo que está fiscalizando o governo federal, cujo papel é do Tribunal de Contas da União (TCU), Simone deveria olhar mesmo para o estado de origem de sua Corte. O TCE-RR precisa fiscalizar e cobrar as obras do governo de Roraima, sem se intrometer naquilo que é papel da Corte da União.
Não estão fazendo o papel que deveriam. Conselheiros do Tribunal de Contas de Roraima estão aprovando – COM LOUVORES – as contas do governador que está em seu SÉTIMO processo de impeachment justamente por má utilização dos recursos públicos. Tribunal este cuja primeira-dama foi enfiada à força, em um grande conchavo com a base de apoio do governo na Assembleia Legislativa de Roraima, e que, mais dia menos dia, perderá sua vaguinha vitalícia com salário de mais de R$ 30 mil mensais. O assunto está no Supremo Tribunal Federal que posterga a decisão de manter ou não as primeiras-damas do Pará e de Roraima em vagas sérias, técnicas e não políticas de seus respectivos tribunais de Contas.
Enquanto um órgão do Legislativo desse porte for levado à pagode pelos políticos de Roraima, veremos cenas deste tipo. Onde Simone tem a cara de pau de cobrar políticas para a educação indígena em Roraima ao governo Lula.
Bem que Ottomar dizia, boa aqui voa mesmo.