A escritora roraimense Sineide Macuxi lançará o livro Refração: livro de contos de ficção afro-indígenas futuristas – escrito por pessoas negras e indígenas, sobre sonhos e tempos. O lançamento ocorre às 14h30 desta terça-feira (20), no campus Zona Oeste do IFRR. O evento será realizado com uma mesa-redonda, no auditório do campus. Toda a comunidade acadêmica pode participar.
O livro é ecológico, confeccionado com material reciclável e em formato de jornal. A obra reúne contos de ficção afro-indígenafuturista em formato de jornal, e foi escrita por nove autores negros e indígenas. Os temas abordados são os sonhos e o tempo, que são temas que instigam a filosofia, a psicanálise e as religiões há tempos. A edição apresenta textos para todas as idades, inclusive contos infanto-juvenis, com abordagens sobre autoreflexão a partir de textos que faz o leitor refletir sobre possibilidade do novo, ao passo que desafia-se a tradição por um novo amanhã.
A autora
Sineide Macuxi é graduada em Letras pelo Centro Universitário de Araras (Unar) e em Pedagogia pela Universidade de Pernambuco (UPE). É também mestra em Educação e especialista em Planejamento e Gestão Escolar pela Universidade de Pernambuco (UPE). Além disso, é intérprete de Línguas Indígenas (língua materna macuxi – Roraima) com certificação pela Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Integra o Coletivo Mulherio das Letras Indígenas – ponto cultural estabelecido pelo Ministério da Cultura. É autora das seguintes obras: Indígenateca (2024), Refração (2023), O Cantar da Terra (2023), A Literatura das Mulheres Indígenas (2023), além de ser uma das autoras do Álbum Biográfico Guerreiras da Ancestralidade (2022), que ganhou a última edição do prêmio Jabuti, o mais importante da escrita nacional, na categoria “Fomento à leitura”.
Programação afim
O evento ocorre no encerramento do projeto de extensão “Literaturas indígenas e a força da ancestralidade no ensino das relações etno-raciais”. Coordenado pelo professor Marcos Oliveira, o projeto tem como objetivo apresentar as literaturas indígenas à comunidade escolar e à comunidade do entorno do Campus Boa Vista Zona Oeste. Segundo o docente, ao perceber a existência de preconceito e a dificuldade de compreensão da importância dos povos indígenas na região, ele entendeu que a apresentação de produções literárias indígenas poderia melhorar a compreensão da importância das populações originárias do Estado de Roraima.
Conforme Oliveira, o projeto contou, em momentos diferentes, com a participação de três mulheres indígenas, que apresentaram suas publicações e falaram da literatura indígena. “O objetivo é facilitar o acesso e o respeito às populações indígenas, elevando a autoestima destas com autores e autoras indígenas. Vamos estar com uma autora indígena que está em plena atividade e com muito material sendo produzido. É a pessoa adequada para mostrar a força dos povos indígenas de Roraima. Tudo isso para diminuir o preconceito e a ignorância a respeito dos indígenas e de suas tradições e culturas”, afirmou.