A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou ações de infraestrutura para o território Yanomami. Nesta terça-feira (13), em Boa Vista, ela acompanhou a entrega de 21 câmaras frias de armazenamento de vacinas e soros; 24 geradores de energia; e a formalizou a implantação de 35 leitos exclusivos para o atendimento indígena no Hospital Universitário.
“Conseguimos, num esforço muito grande, a desinstrusão do garimpo, a melhoria de indicadores de saúde e o fortalecimento dos cuidados com a população indígena. Definitivamente, estamos em um novo ciclo. Sabemos como essa crise afeta a realidade do povo Yanomami. Estamos empenhados para solucionar as questões”, afirmou.
As câmaras frias foram doadas pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec). O equipamento é essencial para garantir a preservação adequada de vacinas e soros, fundamentais para a saúde das comunidades.
Com o mesmo objetivo de fortalecer a infraestrutura de saúde nas comunidades indígenas foram entregues 24 geradores de energia. Dentre estas, 20 têm capacidade de 15 KVA e quatro são de 18 KVA.
Energia elétrica sempre disponível
Os geradores serão distribuídos estrategicamente nas comunidades indígenas e nas unidades básicas de saúde, assegurando que a energia elétrica esteja sempre disponível para manter o funcionamento de equipamentos.
“Esta aquisição representa um importante passo para a melhoria das condições de atendimento e a promoção da saúde nas áreas mais remotas, demonstrando o compromisso contínuo com a saúde e o bem-estar das comunidades indígenas”, frisa o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Marcos Pelegrini.
Leitos exclusivos
Durante a agenda de trabalho na capital roraimense, a ministra Nísia Trindade firmou o início da primeira etapa de obras do Hospital Universitário, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A unidade contará com 35 leitos exclusivos ao atendimento indígena. A previsão de entrega é em dezembro deste ano.
Nesta terça, Nísia Trindade cumpriu agenda de trabalho em Roraima. Ao longo do dia, ela discutiu com lideranças indígenas os avanços no território Yanomami. Depois, acompanhou a primeira teleinterconculta na região. Antes do retorno para Brasília, a ministra concedeu entrevista coletiva para veículos regionais.
Boletim
A visita da ministra à Boa Vista ocorre dias após o Ministério da Saúde divulgar um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023 foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição, no território.