Uma operação coordenada pela Casa de Governo, envolvendo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Força Nacional e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), resultou, na última quinta-feira (8), na apreensão de embarcações e materiais utilizados no garimpo ilegal dentro da Estação Ecológica (ESEC) de Maracá, em Roraima. Além de verificar denúncias de mineração clandestina, a ação também combateu a logística do garimpo fora da Terra Indígena Yanomami.
O patrulhamento começou no porto da base da ESEC de Maracá, com os agentes ambientais subindo o Furo Maracá, um braço do Rio Uraricoera, em direção à Terra Indígena Yanomami, em busca de indícios de atividades ilegais. No Porto da Fazenda Araguaia, os agentes encontraram uma canoa, motores de popa e cassiterita, evidências claras de garimpo na região. Mais adiante, na margem do rio, localizaram uma embarcação de 13 metros, equipada com um motor de 75 cavalos de potência, abandonada pelos garimpeiros. Embora os responsáveis pela atividade ilegal não tenham sido encontrados, a equipe emitiu rapidamente termos de apreensão e destruição, removendo o barco e os motores para a base da ESEC de Maracá.
A Estação Ecológica de Maracá, localizada no norte do estado de Roraima, é uma das maiores unidades de conservação do Brasil, uma vasta área de floresta amazônica intocada. Criada com o objetivo de preservar ecossistemas naturais, a estação é de extrema importância para a conservação da biodiversidade e para a realização de pesquisas científicas. A região abriga uma grande variedade de espécies de fauna e flora, muitas das quais são endêmicas, ou seja, só existem naquela área. Por sua localização estratégica e riqueza natural, a ESEC de Maracá tem sido alvo de pressões por atividades ilegais como o garimpo e o desmatamento, tornando as operações de fiscalização essenciais para a proteção deste patrimônio ambiental.
As investigações revelaram que essa embarcação específica já havia sido apreendida durante uma operação anterior, na invasão de 2021 à base da ESEC. O local, além de servir como ponto de apoio para o garimpo, também era usado para ao desmatamento ilegal de madeira, agravando ainda mais os danos ao ecossistema local.
Durante a operação, os agentes conseguiram apreender um motor de popa de 15 cavalos de potência e um casco de voadeira de 13 metros de alumínio, além de um motor de popa de 75 cavalos de potência e lonas de acampamento. Para evitar que o material apreendido voltasse a ser utilizado pelos garimpeiros, os agentes inutilizaram 100 kg de cassiterita, e destruíram 28 carotes vazios e diversas lonas de acampamento, desmantelando assim as operações ilegais na região.
Essa ação faz parte de um esforço contínuo do Governo Federal, que vem intensificando a luta contra o garimpo ilegal em áreas protegidas como a ESEC de Maracá e enfraquecendo a logística de apoio ao garimpo fora da Terra Indígena Yanomami. Sob a coordenação da Casa de Governo, o ICMBio, a Força Nacional e o CENSIPAM têm trabalhado em conjunto para garantir a preservação da Amazônia, utilizando tecnologias avançadas de monitoramento e reforçando a presença de agentes em campo.