O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) usou a tribuna do Senado Federal nesta terça-feira (16), para fazer um balanço de sua atividade parlamentar nos primeiros seis meses deste ano. Entre as ações destacadas por ele mesmo, estão os recursos destinados à agricultura familiar de Roraima, e à reforma do prédio da secretaria estadual de educação, a quem chamou de “templo da educação” em Roraima. O prédio está em reforma há anos, e ainda não tem data definida para a entrega.
“Se eu tivesse que me prolongar aqui, com toda a certeza, sem nenhuma vaidade, por mais duas horas citando um dos 256 convênios que eu tenho apresentado, já estão concluídos, em execução ou a serem iniciados desde 2019, na verdade, seria uma espécie de cartão postal de como nós parlamentares devemos exercer o nosso mandato, não apenas na parte legislativa, em comissões, em missões oficiais, etc., fazendo o nosso papel como representantes aqui na Câmara Alta do país, aqui no Senado, mas também como ações complementares com recursos para atender os nossos municípios, os nossos estados, as nossas universidades”, disse o parlamentar.
O senador informou que, durante o recesso parlamentar, estará em Roraima acompanhando projetos de sua autoria, que segundo ele são essenciais para atender às demandas da população.
Investigado
Flagrado com dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal em outubro de 2020, o senador Chico Rodrigues é alvo de um processo que se arrasta no Conselho de Ética no Senado e de um inquérito da Polícia Federal que está parado aguardando autorização para dilação de prazo para conclusão. Semana passada, um novo relator foi escolhido para o processo de Rodrigues no Conselho de Ética: Davi Alcolumbre (União-AP).
Em paralelo, o senador já foi indiciado pela Polícia Federal, em 2021, por peculato, advocacia administrativa, embaraço às investigações e lavagem de dinheiro, por suposta participação em um esquema de desvio de dinheiro que deveria ser usado para o combate à pandemia, mas ainda não houve desfecho no caso.
A investigação foi iniciada em 2020, ano em que a PF deflagrou uma operação contra Rodrigues. Na ocasião, o senador foi pego com R$ 33.150 na cueca. O parlamentar sempre negou irregularidades, afirmou que dinheiro seria usado para pagar funcionários e justificou que escondeu o montante após entrar em pânico.
Depois que o inquérito foi remetido ao Supremo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a continuidade das apurações para esclarecimento de pontos da investigação e para algumas oitivas. De lá para cá, a PF fez alguns pedidos de dilação de prazo para a continuidade dos trabalhos investigativos e foi atendida. Na última solicitação, no entanto, a PF ficou sem resposta.
Em agosto do ano passado, a delegada responsável pediu mais tempo, a PGR se manifestou pela concessão de mais 60 dias, mas o Supremo não decidiu. Na época, o presidente Luís Roberto Barroso se manifestou apenas sobre o encaminhamento dos autos para a substituição da relatoria com a aposentadoria de Rosa Weber. Em fevereiro deste ano, o ministro Flávio Dino assumiu a relatoria do caso, mas também não concedeu nenhuma decisão.
O STF publicou no último dia 9 um despacho pedindo para que a PGR se manifeste sobre o último pedido feito pela defesa do senador, em 10 de junho. Na ocasião, o advogado reiterou outra solicitação que havia sido feita em setembro, afirmando que o senador “está submetido a manifesto constrangimento ilegal, em virtude de excesso de prazo para conclusão do presente inquérito, eis que sua tramitação já perdura por quase 4 anos, extrapolando o limite do razoável”.