O Ministério da Saúde realizou uma oficina para gestores e técnicos que atuam na Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na terra indígena Yanomami. Durante dois dias, foram discutidas práticas que melhoram a administração e que trazem resultados mais rápidos e efetivos para essa população.
Além do treinamento, que reuniu o Grupo de Trabalho Executivo de Apoio à Saúde Indígena, foram discutidas pautas prioritárias para os Yanomami como prevenção, tratamento e combate à malária, fortalecimento da infraestrutura para acesso à água potável, gestão interfederativa, tratamento de doenças respiratórias, desnutrição e ampliação da telessaúde e da assistência farmacêutica.
O secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Elton Bandeira, destacou que o panorama hoje é melhor do que o registrado entre 2018 e 2022 e salientou que a pasta continua investindo no aumento da qualidade do bem viver indígena.
“Nosso objetivo é preservar as terras indígenas, dando condições para que os indígenas vivam em condições humanas e que possam restabelecer seu modo de vida e cultura. O ministério tem uma visão humanista, ambiental, de preservação da terra, tirar o garimpo e prover a assistência integral à saúde”, defendeu na oficina.
Elton Bandeira frisou que além da atenção primária, o ministério está investindo fortemente na atenção especializada e em ações de prevenção para reduzir índices de contaminação e adoecimento e mortalidade.
“Temos questões práticas com ações, metas, prazos e cronogramas. Não trabalhamos sem um grande viés e comprometimento. Acreditamos que um mundo melhor passa por melhorar ações no território Yanomami”, concluiu.
A oficina reuniu integrantes das oito secretarias que compõem o Ministério da Saúde. A enfermeira Ana Paula Cruz, assessora técnica do Departamento de Promoção e Prevenção em Saúde (Deppros), salientou que a atuação conjunta das secretarias é essencial para maiores as possibilidades de soluções para a promoção da saúde integral dos povos indígenas.
“Esses momentos estratégicos revelam que nossa potência de trabalho só se concretiza quando atuamos juntos. Saímos com um compromisso ainda maior, convencidos de que estamos no caminho certo. Estamos nos conhecendo e reconhecendo os pontos de interseção que tornam nosso trabalho estruturante e forte”, ponderou.
Oficina foi realizada na quinta e sexta-feira (11 e 12 de julho) na Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Ação conjunta
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, em uma ação interministerial, o Ministério da Saúde aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater as principais doenças, como a malária e a desnutrição.