Câmara Municipal Foto: Arquivo/Roraima 1

Fiscalizar, cobrar melhorias, destinar recursos públicos, é papel de vereador. Apesar de a relação entre o prefeito Arthur Henrique (MDB), e os vereadores de Boa Vista ser no estilo “portas abertas”, ainda assim, tem quem use da desinformação para tentar mostrar algum trabalho. Oposição bem feita tem que ter, por base, bons argumentos. Ítalo Otávio (Republicanos) tem mostrado que não sabe fazer bem essa lição de casa.

O vereador usou as redes sociais, e pior, a própria tribuna da Câmara Municipal de Boa Vista, para acusar o prefeito de descumprimento de prazos legais. Fogo de palha, como já estamos acostumados. Tudo porque não sabia fazer contas: achou que já estava na data de o prefeito apresentar o escopo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do exercício de 2025, e foi, aos berros, cobrar o “cumprimento da lei”, que determina os prazos legais para que cada coisa aconteça em seu devido tempo.

Reproduzo a fala de Ítalo, para quem perdeu esse mico antes de o vereador apagar o vídeo de suas redes sociais, após ser alertado de sua injustiça.

“Senhor prefeito, o senhor está descumprindo a lei. Nós vereadores deveríamos ter recebido no dia 15 de maio a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) anual. Nós vereadores temos que ter prazo, que está garantido em lei, para analisar […] o senhor precisa fazer o que a lei determina”.

Vereador, um ano tem 12 meses, não 11. A lei – da qual o senhor tem mostrado desconhecimento – diz que a prefeitura precisa entregar o documento faltando 6 meses e meio para o fim do exercício fiscal. Isso acontecerá em 15 de junho, ainda.

Tenha calma, não acuse ninguém de descumprir a lei assim, na irresponsabilidade. Ainda mais se utilizando de seu espaço como representante do povo. A prefeitura fará exatamente o que deve ser feito, dentro dos prazos legais, assim como tem sido, desde que o senhor está na Câmara Municipal de Boa Vista. Como sempre foi.

Um pedido de desculpas seria de bom tom de sua parte, já que o erro real foi seu, e não é bonito acusar as pessoas de cometerem crimes, assim. E não é bonito também bloquear cidadãos que discordem do senhor em suas publicações nas redes. Democracia existe para justamente isso: divergir com respeito e responsabilidade.

Oposição não se faz no grito, se faz no argumento. Talvez para ser lembrado por Mecias na chapa de Catarina Guerra, ou plano B do partido, caso a deputada siga sem meios para concorrer, o fato é que Ítalo acostumou-se a fazer oposição, liderando motins. Foi assim com as merendeiras, está sendo assim agora com os cuidadores.

E no final das contas, atrapalha muito mais na negociação entre o prefeito e os servidores, do que ajuda. Afasta as categorias quando agenda manifestações descabidas na porta da prefeitura e quando cria pautas que qualquer minientendedor de política sabe que são inviáveis ao orçamento público já fechado para o ano em questão.

Saudades imensas da oposição feita pelo professor Linoberg Almeida (PSD). Sempre se pautou pela ética, munido de argumentos, de responsabilidade, e, talvez por isso, seja lembrado com respeito até hoje, entre gregos e troianos. Ítalo passa longe disso.

O pleito tá chegando, e é importante que quem busca a reeleição, foque em apresentar seu serviço prestado à comunidade, ao invés de espalhar inverdades em tom de preocupação com o bom andamento daquilo que qualquer um sabe que está acontecendo dentro do palácio 9 de Julho: transparência, trabalho e resultado.

Vão ter que reconhecer a dificuldade em arrumar defeito assim.

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