Foto: Reprodução/CIR

As roças da comunidade indígena Willimon, região Serras, em Uiramutã, ao Norte de Roraima, são apenas algumas das plantações que enfrentam uma infestação de lagartas.

Imagens enviadas pelo coordenador regional da região Serras, Amarildo Macuxi, mostram plantações destruídas pelos insetos. “A maioria das roças aqui da região estão sofrendo com essa situação. Na minha roça não tem mais milho, nem feijão. Elas destruíram tudo o que foi plantado”, desabafou.

Conforme o Conselho Indígena de Roraima (CIR), o problema, que atinge diversas comunidades, é resultado da forte seca e grandes queimadas que ocorreram no estado. Segundo a organização, a situação também é consequência das mudanças climáticas e do uso excessivo de agrotóxicos na monocultura de milho, soja ou o próprio capim, plantados nas áreas limites com as terras indígenas, principalmente daquelas demarcadas em ilhas.

“É uma série de fatores, que vêm desde as secas, queimadas e a monocultura, pois os grandes produtores plantam e usam bastante agrotóxico. E dentro das terras indígenas não se usa agrotóxico. Por isso o número de pragas nessas áreas são grandes”, explicou o engenheiro agrônomo do CIR, Giofan Erasmo.

Para os moradores da comunidade, que dependem da agricultura para subsistência, a infestação representa não apenas uma perda econômica, mas também um impacto ao modo de vida tradicionalmente sustentável.

O engenheiro agrônomo Renan Oliveira ressaltou que, para ajudar as comunidades a enfrentarem o problema, o Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do CIR tem buscado alternativas, como a aplicação do produto natural conhecido como “Extrato de Neem”. Trata-se de um inseticida orgânico usado para combater pragas e fungos patogênicos.

“O produto é de fácil acesso. Exige cuidados com uso de Equipamento de Proteção Individual, como máscaras e luvas e um recipiente adequado de 10 ou 15 litros para pulverizar o produto. Mesmo sendo considerado um produto natural, tem suas toxinas, por isso os cuidados”, ressaltou.

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