A Justiça de São Paulo rejeitou embargos de declaração da defesa do meia Thiago Maia, hoje no Internacional, em um processo envolvendo uma Mercedes-Benz de R$ 4,3 milhões. No recurso, a defesa de Thiago tenta parcelar as custas processuais, avaliadas em R$ 71 mil, em 5 vezes, sob a alegação de que o jogador “não reúne condições financeiras para efetuar o recolhimento do valor”.
Em resposta, o relator Jacob Valente, da 12ª Càmara de Direito Privado, lembrou que Thiago Maia é atleta profissional de renome, e que o objeto da ação é um veículo de valor elevado (R$ 4,3 milhões), com parcelas mensais de R$ 51 mil.
Para o relator, Thiago deveria comprovar alteração em sua fortuna, o que não fez. Ainda apontou que a afirmação de que “no momento não reúne condições financeiras, desacompanhada de qualquer elemento de comprovação, resvala na litigância de má-fé”.
A Justiça deu 48 horas para o atleta preparar novo apelo, sob ameaça de pena de deserção, o que poderia ocasionar multa.
Em resposta, a defesa de Thiago apontou que o volante “sofreu inúmeros prejuízos financeiros com a compra do veículo”, que encontra-se com restrições judiciais causadas pelo antigo proprietário.
A Aymoré, que é processada pelo jogador, também rebateu e apontou a alegação de que o jogador estaria sem dinheiro é “absurda”, visto a condição financeira que o atleta ostenta. Segundo a seguradora, Thiago Maia recebe atualmente mais que R$ 6 milhões em salários por ano.
“O que e é escancaradamente incompatível com a alegação de Thiago de que não teria condições financeiras para arcar com o pagamento do preparo recursal. Tal afirmação parece até pilhéria e desafia a inteligência alheia. Afinal, Thiago alega não ser capaz de arcar com o pagamento do recurso, em R$ 71 mil, mas teve condições financeiras de adquirir um automóvel de luxo pelo exorbitante valor de R$ 4,3 milhões, montante equivalente a mais de 60 vezes o valor das custas processuais que se nega a depositar nos autos”.
A Aymoré ainda diz que o jogador, “embora receba mais de meio milhão de reais por mês – o que supera em mais de 350 vezes o salário mínimo nacional – ainda não pagou o financiamento que contratou e agora se põe a pechinchar o pagamento das custas processuais”.
A empresa pediu que a Justiça aplique uma multa por má-fé ao atleta, em montante equivalente a 10% do valor da causa.
A assessoria de Thiago Maia disse o seguinte:
“Não procede a informação de que o Thiago não teria condições de pagar custos. Como o carro voltou a posse do Thiago, o juiz decretou que o atleta precisa dar continuidade com o pagamento do veículo e julgou a ação improcedente. A defesa do Thiago entrou com o recurso de apelação no tribunal, e no recurso de apelação tem as custas, que são 4% do valor da causa. Foi pedido ao tribunal o parcelamento das custas, devido ao alto valor da ação, que é uma condição do artigo 98, prf 4º do código de processo civil”.
No fim de 2023, a Justiça de São Paulo rejeitou um processo aberto pelo volante Thiago Maia contra o Banco Aymoré pela compra de um Mercedes-Benz avaliada em R$ 4,3 milhões.
Assim, o jogador não conseguiu anular a compra do veículo e vai ter que quitar o financiamento acertado com a instituição. O atleta queria a restituição dos valores pagos no carro mais danos morais.
O jogador comprou o carro em janeiro, mas foi surpreendido no mês passado pela notícia de que o veículo sofreu uma restrição de penhora e circulação. Thiago Maia alega ter descoberto que o Mercedes tinha por trás uma ação criminal por estelionato, o que o motivou a procurar seus direitos na Justiça.
O volante do Flamengo pagou R$ 4,3 milhões no carro, dando como pagamento uma Dodge Challenger, uma BMW X6 e mais R$ 1,7 milhão financiados com a financeira Aymoré.