Deputado Duda Ramos (MDB-RR). Foto: assessoria.

O deputado federal Duda Ramos (MDB-RR) deve se reunir com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para reforçar o pedido de investigação por parte da Polícia Federal (PF) contra o suposto esquema de espionagem promovido pelo Governo de Roraima, revelado por nomes da política como o próprio deputado federal, além da deputada Helena Lima (MDB) e do presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos).

“Apresentei as denúncias à PF e vou me encontrar com o ministro da Justiça. Alguma coisa precisa ser feita, Roraima está virando uma ditadura. O governador controla tudo e ninguém faz nada”, denunciou Duda Ramos.

Ele diz que os policiais usavam —sem autorização judicial — o sistema “Guardião”, um software que armazena, gerencia e organiza informações telefônicas (dados e voz). O sistema é capaz de gravar simultaneamente centenas de ligações.

Em reunião com o superintendente da PF na semana passada, o deputado Duda Ramos também disse ter sido alvo da espionagem. Segundo ele, as suspeitas de que estava sendo monitorado começaram em fevereiro, após ser alertado por policiais civis. A partir de então, o deputado diz ter passado a fotografar carros que seriam da Secretaria de Segurança Pública.

“Começamos a reparar em diversos carros. Ficavam na frente da minha casa, da Assembleia, na frente do meu escritório, olhando a movimentação, quem entrava, quem saía. E aí começamos a fotografar e olhar os veículos no sistemas de segurança que tenho onde moro e trabalho”, reafirmou Duda.

Um dos carros supostamente usado para espionagem tinha a porta estampada com um adesivo do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), programa do governo federal em parceria com os estados. Além disso, um documento da Assembleia Legislativa de Roraima descreve a movimentação de policiais militares lotados no Departamento de Operações e Segurança (Inteligência) do governo estadual em sessão da Casa.

A delegada-geral da Polícia Civil de Roraima, Darlinda Viana, negou o uso irregular do programa e afirmou ser possível fazer uma auditoria para saber quais alvos tiveram suas ligações interceptadas. Segundo ela, porém, para que essas informações sejam divulgadas é necessária uma decisão judicial.

“Ninguém encaminhou nada até agora. O Guardião é completamente auditável, ele pode ser passado por auditoria, mas a gente vai precisar de um autorização judicial para tanto, porque como não se apaga nenhum registro lá, tem todas as interceptações telefônicas que já foram realizadas pela Polícia Civil do estado e todas elas guardam segredos de justiça em razão das decisões judiciais que os acompanham”, alegou.

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