Foto: Funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tem monitorado a situação das queimadas em Roraima dentro de sua competência. O estado passa por uma forte estiagem e enfrenta inúmeros focos de incêndio sem controle. Em razão dos efeitos da seca, o governo federal e o governo do estado reconheceram a situação como emergencial em nove municípios da região, sendo que sete possuem comunidades indígenas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas e Estatísticas (Inpe), a situação da seca em Roraima atualmente conta com cerca de 2,6 mil focos de queimadas, o que impacta diretamente as comunidades indígenas. Segundo monitoramento do instituto ligado ao governo federal, o estado apresentou o pior incêndio já registrado nos últimos 25 anos.

Devido à complexidade da situação, lideranças indígenas solicitaram o apoio da Funai para minimizar os efeitos da estiagem e das queimadas sofridos pelas comunidades na região. Houve a perda de roças, seca de poços e diminuição do nível dos rios, o que deixa alguns povos indígenas em situação de risco.

Diante das demandas das comunidades indígenas afetadas pela situação de emergência, a Coordenação Regional de Roraima (CR Roraima), por meio das suas Coordenações Técnicas Locais (CTLs), fez visitas in loco. Na ocasião, foram disponibilizadas cestas de alimentos para famílias indígenas e combustível para apoiar algumas comunidades com o transporte de água potável.

Outra iniciativa da Coordenação Regional da Funai no estado envolveu articulações por meio de reuniões com o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena do Leste de Roraima (DSEI Leste) e com o Conselho Indígena de Roraima (CIR). Nos diálogos, os atores envolvidos alinharam ações e ouviram a necessidade de apoio para o enfrentamento da situação emergencial.

A CR Roraima, DSEI Leste e CIR elaboraram, por meio do Serviço de Direitos Sociais e Cidadania (SEDISC/CR-RR), um Plano de Trabalho com a solicitação de recursos necessários para apoiar as comunidades indígenas afetadas pelo período severo de estiagem. A coordenadora regional da Funai em Roraima, Marizete Macuxi, informou ter encaminhado o Plano de Trabalho Emergencial para a Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS).

Marizete enfatizou que a Coordenação Regional está empenhada e bastante preocupada com a questão da estiagem e as consequências da seca à população índigena atingida. “Vamos dar o máximo de atenção às comunidades indígenas em relação a essa situação em Roraima”, garantiu.

Articulações

A Funai monitora a situação das queimadas em Roraima em colaboração com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Há articulações com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com outras instituições que atuam por meio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), junto às brigadas e lideranças indígenas para tentar conter a disseminação dos incêndios na região.

A região afetada pelos incêndios não consta naquelas demandadas pela Funai para a entrega emergencial de cestas de alimentos, considerando que as famílias que vivem nesses locais dispunham de roças suficientes para o próprio sustento. Entretanto, assim que tomou conhecimento do incêndio, o qual afetou as roças dos indígenas na região da Missão Catrimani, Terra Indígena Yanomami, a Funai solicitou apoio ao Ministério da Defesa para que a distribuição emergencial de cestas de alimentos passasse a ocorrer.

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