Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Acadêmicos do Salgueiro, terceira a desfilar nesta noite de carnaval, apresentou um enredo inspirado no livro “A queda do céu — palavras de um xamã Yanomami”, co-escrito por Davi Kopenawa, líder Yanomami, que desfilou no último carro. O samba-enredo, com Davi como protagonista, destacou a luta do povo Yanomami, compondo um tom político evidente desde a comissão de frente, onde bailarinos representavam a situação do povo com feridas e respiradores ligados a mudas de plantas.

A narrativa de Kopenawa também instigou o desejo de respeito à cultura Yanomami, não apenas por pena, mas por admiração. No fim do desfile, houve homenagens a Dom Philips e Bruno Araújo, assassinados em 2022 no Vale do Javari. O enredo emocionou a rainha de bateria Viviane Araújo, destacando-se pela carga crítica, como evidenciado no tripé “comedor de terra”, que denunciava os invasores da terra Yanomami.

O desfile foi dedicado a Quinho, histórico intérprete da escola falecido recentemente, com Emerson Dias assumindo o carro de som. Emerson reiterou a união indissolúvel entre ele e Quinho, prometendo um desfile memorável. O Salgueiro deixou a avenida sob aplausos, demonstrando a comoção causada por sua apresentação.

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