A presidente da Junta Comercial de Roraima, Stella Pinheiro, pediu exoneração do cargo esta semana. Ela é esposa do ex-deputado estadual e atual Conselheiro do Tribunal de Contas de Roraima (TCE-RR), Brito Bezerra.
Porém, a indicação política do conselheiro permanece: quem assume o comando, como vice-presidente da Jucerr, é a filha dele: a recém-formada em direito e com nenhuma experiência comprovada na área, Laryssa Brito.
Para a presidência da Junta, assume o irmão do deputado estadual Cláudio Cirurgião (União), Vicente Ricarte. Mais uma marca registrada da gestão Denarium – aquela onde todos os amigos do governador se sentem em casa.
As mudanças geraram especulações sobre a idoneidade de Brito Bezerra no julgamento das Contas de Antonio Denarium (PP). O TCE-RR já possui a primeira-dama do estado, Simone Denarium, como sua conselheira mais recente e moralmente impedida de analisar as contas do marido triplamente cassado.
O órgão fiscalizador, técnico e consultivo, tem caído em descrédito junto à população roraimense justamente por estar rodeado de indicações políticas e nada técnicas em acordos não transparentes entre seus conselheiros e o governo do estado.
Por sinal, há quatro dias, desde que foi confirmada a terceira cassação de Denarium, que o governo de Roraima não publica absolutamente nada em seus diários oficiais. Transparência ali nunca foi prioridade.
Após sua terceira cassação, o governador determinou que políticos aliados (com cargos e dívidas com ele) e servidores comissionados, o defendam nas redes sociais e demonstrem apoio público. O clima no governo é de pânico absoluto.
O que há para se esconder? Por quê tantos acordos escusos ao apagar das luzes? A Justiça roraimense vai assistir a esse escárnio moral de camarote, sem nenhuma providência tomar? O que falta para que a distribuição indiscriminada de cargos públicos importantes seja vedada? O que mais eles estão esperando acontecer?
Que venham novas eleições para colocar ordem e moral naquilo que há muito se perdeu. E que os envolvidos em acordos nada éticos prestem contas à sociedade daquilo que é público, e não da turminha.
O governo das indicações, acordos escusos e da não-transparência precisa urgentemente chegar ao fim. Pelo bem de Roraima e da situação fiscal dos próximos governantes, isso precisa de um basta!