Pela primeira vez, pesquisadores identificaram uma relação direta entre o desmatamento contínuo na bacia amazônica nas últimas décadas e as mudanças nos padrões de tempestades na América do Sul.
O estudo, liderado pelo professor Colin Price e pelo estudante Raam Beckenshtein, da Universidade de Tel Aviv, revelou que a região amazônica experimentou uma redução significativa no número e na extensão das tempestades.
Surpreendentemente, enquanto o aquecimento global geralmente resulta em um aumento no número de tempestades em todo o mundo, a pesquisa destaca que o oposto ocorreu na Amazônia.
A pesquisa foi publicada no Quarterly Journal da Royal Meteorological Society.
A diminuição das tempestades é alarmante, pois está associada a uma redução na quantidade de chuva, criando um ciclo de feedback perigoso que pode causar danos graves às florestas.
Missão crucial
Essas florestas desempenham um papel crucial na regulação do clima global, sendo frequentemente chamadas de ‘os pulmões da Terra’. Devido à sua contribuição significativa para a produção de oxigênio e absorção de dióxido de carbono.
O estudo utilizou um modelo empírico baseado em parâmetros climáticos do Centro Europeu ERA5, que coleta dados climáticos globais desde 1940.
Em seguida, eles combinaram com informações sobre tempestades coletadas por meio de sensores de detecção de raios chamados WWLLN (Worldwide Lightning Location Network).
A análise estatística revelou uma diminuição de aproximadamente 8% no número de trovoadas na região desde a década de 1980. Isso apesar do aumento das temperaturas globais.
Impacto do desmatamento na Amazônia
Os pesquisadores enfatizam que a extensa atividade de desmatamento na Amazônia coloca em risco processos vitais. Como a produção local de chuva pelas próprias florestas tropicais.
Além disso, estima-se que cada megatonelada de carbono perdida na Amazônia resulte em uma redução de 10% no número de tempestades.
Os cientistas destacam a necessidade urgente de ações para conter o desmatamento na Amazônia, preservando seu papel crítico na estabilidade climática global.
“O resultado são menos tempestades, menos nuvens, menos chuva e, consequentemente, menos crescimento florestal. Isto cria um ciclo perigoso”, completou a pesquisa.
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