O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesse domingo (31) a retirada de “parte dos meios aeronavais” da sua costa antes da partida do navio de guerra britânico que está na Guiana para participar em exercícios militares conjuntos.
Após a chegada do navio às Caraíbas, a Venezuela implementou na sua fachada atlântica 5.682 combatentes com patrulhas, 28 aviões de combate F-16 e Sukhoi e 16 embarcações.
Este domingo, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou que os membros das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) vão continuar “alertas e vigilantes” a “qualquer provocação” e afirmou esperar que os acordos assinados entre Caracas e Georgetown na segunda semana de dezembro sejam respeitados.
Na quinta-feira, a Venezuela iniciou exercícios militares junto à fronteira com a Guiana em “resposta à ameaça” do Reino Unido.
No mesmo dia, a Venezuela advertiu o Reino Unido e a Guiana que iria responder de maneira oportuna e legítima às ameaças à soberania nacional no âmbito do diferendo sobre Essequibo.
Em 14 de dezembro, a Guiana e a Venezuela chegaram a acordo para não usar a força para resolver o diferendo sobre a região de Essequibo e usar o diálogo para reduzir as tensões bilaterais.
A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.
Com cerca de 160 mil quilómetros quadrados, Essequibo é rico em petróleo, representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto da sua população, ou seja, cerca de 125 mil pessoas.
Para a Venezuela, o rio Essequibo devia ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.