Foto: Divulgação

A empresa Mariê Construções, investigada pela Polícia Federal por fazer parte de esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre, com episódios de superfaturamento, propina, empresas fantasmas e movimentações bancárias com altos valores, tem dois contratos com o Governo de Roraima, que chegam a R$ 28 milhões.

A empresa, que está proibida de participar de licitações no Acre, venceu dois pregões organizados pelo Governo de Roraima. No primeiro contrato, foram pagos R$ 21 milhões junto à Polícia Civil de Roraima, e no segundo contrato, de R$ 7 milhões com o Fundo Estadual de Saúde. Os dois contratos preveem a realização de reformas de “pouca relevância material, serviços de adequação, adaptação, reparação ou revitalização, que consistam de atividades simples, típicas de intervenções isoladas”.

Operação Ptolomeu

A empresa foi um dos alvos da terceira fase da operação “Ptolomeu”, da Polícia Federal, deflagrada no mês de março deste ano. A investigação mira um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre. A PF aponta episódios de superfaturamento, propina, empresas fantasmas e movimentações bancárias com altos valores. Além da Polícia Federal, também investigavam o esquema a Procuradoria-Geral da República, a Receita Federal e da Controladoria-Geral da União.

Na 1ª fase da operação, deflagrada em dezembro de 2021, a Polícia Federal mostrou que o governador do Acre, Gladson Cameli, seria o principal beneficiário do suposto esquema de corrupção no alto escalão da gestão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou por corrupção o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), e pediu o afastamento imediato dele do cargo. O pedido deverá ser julgado pela ministra Nancy Andrighi, relatora do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores têm foro privilegiado.

Além de Cameli, 12 pessoas foram denunciadas por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. As penas podem chegar a 40 anos.

O plenário do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu que empresários investigados na terceira fase da Operação Ptolomeu, devem continuar suspensos de atuar em contratos públicos do Estado. Porém, a decisão do STJ autoriza que as empresas possam atuar em outros estados brasileiros.

Procurados pela reportagem para comentar os contratos, tanto o Governo de Roraima quanto a Mariê Construções não se manifestaram até o fechamento da matéria.

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