Cerca de 7,5 toneladas de cassiterita foram apreendidas nesta sexta-feira, 1°, durante ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Boa Vista. O minério, extraído de terras indígenas em Roraima, é matéria-prima para extração de estanho, cada vez mais procurado pela indústria de eletrônicos.
Minério, equipamentos, drogas e munições foram apreendidos (Divulgação/PRF)
A apreensão ocorreu no âmbito da Operação Omawe. Um jovem, de 19 anos, e um homem, de 26, foram presos na ação. Além do minério, foram encontrados ainda uma arma de fogo com munições calibre 12, máquinas de mineração, balança e uma porção de maconha, que não teve a quantidade divulgada.
Conforme a PRF, todo o material foi encontrado em um depósito no bairro Asa Branca, Zona Oeste de Boa Vista. A estimativa é que o valor do material apreendido chegue a R$ 862 mil. Os suspeitos estavam trabalhando no processamento e armazenagem da cassiterita. Os dois foram conduzidos à Polícia Federal (PF) juntamente com o material apreendido.
Crise Humanitária
O avanço do garimpo ilegal na Terra Yanomami, maior território indígena do País, provocou crise humanitária, sanitária e de saúde no território. Mais de 20 mil garimpeiros chegaram a invadir a terra indígena e chegaram a regiões antes intocadas, como Auaris, quase na fronteira com a Venezuela.
O garimpo e a desassistência em saúde indígena no Governo Bolsonaro levaram a uma explosão de casos de malária, desnutrição grave, infecções respiratórias e outras doenças associadas à fome, como diarreia. Desde o dia 20 de janeiro, a região está em emergência de saúde pública.
Em meio à crise, o governador de Roraima, Antonio “Denarium”, defendeu ao jornal Folha de São Paulo uma assimilação cultural dos indígenas Yanomami. Ele propôs que os indígenas “não podem mais ficar no meio da mata parecendo bicho”.
Em outro trecho da mesma entrevista, Denarium minimizou a desnutrição dos indígenas e disse que não era possível vincular o garimpo de ouro à situação dos Yanomami. Por conta das declarações, o Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para apurar responsabilidade cível do governador roraimense.
Além das ações de emergência em saúde, o Governo Lula deu início à “Operação Libertação“ para combater o garimpo ilegal no território Yanomami. A operação está prevista para durar de seis meses a um ano e ocorre por meio de ações de patrulhamento, revista de pessoas, veículos terrestres, embarcações e aeronaves e de prisões em flagrante delito.